Falando na apresentação do projeto de reabilitação do Hospital Visconde de Salreu, em Estarreja, Aurélio Rodrigues disse que o Centro Hospitalar do Baixo Vouga, que compreende os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, é “o mais subfinanciado do país”, recebendo do Estado menos dezenas de milhares de euros do que centros hospitalares congéneres como Leiria e Entre Douro e Vouga.

“Tem havido nas últimas décadas um desinvestimento na saúde na região, o que é reconhecido pelo ministro, e esperamos que isso se inverta”, disse o administrador hospitalar, pedindo desculpa aos empresários por lhes estar a pedir apoio, enquanto gestor público.

Só para reabilitar os espaços físicos dos três hospitais, o Centro Hospitalar do Baixo Vouga estima serem necessários 30 milhões de euros, valor que apenas inclui uma construção nova, um novo bloco no Hospital de Aveiro, sendo o restante para reabilitar e modernizar instalações.

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“As estruturas físicas e os equipamentos são a nossa preocupação”, disse, dando conta de que, ao nível dos equipamentos, “a maioria tem mais de 12 ou 15 anos, pelo que estão obsoletos e descontinuados e se houver necessidade de substituir componentes que avariem já não existem”. “Excluindo os equipamentos de valor inferior a 25 mil euros, cuja substituição consideramos como despesa corrente, temos uma listagem de cerca de 50 equipamentos a necessitar de substituição, o que representa um investimento superior a 16 milhões de euros”, concretizou Aurélio Rodrigues.

Devido às “vicissitudes e constrangimentos do Orçamento de Estado”, o responsável do Centro Hospitalar considera difícil corrigir para os níveis necessários o financiamento das três unidades hospitalares, apelando por isso à contribuição dos agentes económicos locais.

Essa é uma “solução intermédia”, para a qual procurou hoje sensibilizar os empresários no Hospital Visconde de Salreu, em parceria com a Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA), Associação Empresarial dos Concelhos de Sever do Vouga, Estarreja, Murtosa e Albergaria-a-Velha (SEMA) e Câmara de Estarreja, procurando que ajudem a custear intervenções parcelares como a substituição do telhado e de caixilharias, ou a aquisição de um novo equipamento de RX.

Fernando Castro, presidente da AIDA, disse que algumas empresas já aderiram e estar a contar que outras o venham a fazer, no âmbito da sua responsabilidade social. “Esses apoios reforçam também a força reivindicativa de melhores condições de saúde para a região, junto do governo”, sublinhou, entre as quais está, no caso de Estarreja e segundo o seu presidente da Câmara, Diamantino Sabina, a abertura também de uma consulta aberta no Hospital.