A falta de material médico-cirúrgico atinge os 81%, enquanto 76% dos medicamentos necessários para tratar os doentes em hospitais públicos já não estão disponíveis, informou o deputado José Manuel Olivares, presidente da Comissão de Saúde do Parlamento, com base no estudo.

O parlamentar apresentou os resultados da Pesquisa Nacional de Hospitais 2016, que analisou 242 centros médicos do país, elaborada pelas organizações Médicos pela Saúde e Observatório Venezuelano de Saúde da Universidade Central da Venezuela.

O estudo apontou ainda que quase 90% dos serviços de emergência dos hospitais registam "falhas intermitentes", enquanto 70% dos serviços de nutrição relatam problemas constantes devido à falta de alimentos.

José Manuel Olivares adverte que a inexistência de material médico atinge os 87% quando se trata de cateteres e sondas, o que explica as listas de espera intermináveis para cirurgias.

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Mesmo assim "o governo nega-se a receber a ajuda", reclamou Olivares, deputação da oposição, citado pela agência de notícias France Presse.

Em meados de junho, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) do país declarou inconstitucional uma lei aprovada pela maioria opositora que exigia a autorização do Governo para a entrada de ajuda humanitária no país.

A 14 de agosto, o embaixador da Venezuela nas Nações Unidas, Rafael Ramírez, rejeitou a qualificação de situação de "crise humanitária" atribuída pelo secretário-geral do organismo, Ban Ki-moon.

De acordo com Nicolas Maduro, 80% das situações de falta de alimentos e remédios tem origem na "guerra económica" empreendida pelo setor privado.

Com AFP