5 de fevereiro de 2014 - 10h07
Os hospitais de Braga, Porto e Coimbra, que a unidade de saúde de Chaves afirma ter contactado para admitir um jovem com um neurotrauma, agora internado em Lisboa, asseguraram não ter sido contactados, confirmaram indisponibilidade ou escusaram-se a pronunciar-se.
“O Hospital de Braga não tem registo de qualquer contacto efetuado para receber o referido doente”, avançou a instituição em comunicado enviado à agência Lusa.
Por seu lado, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) informou que o serviço de neurocirurgia foi contactado com a intenção de transferir um doente crítico, mas “por não haver vagas disponíveis naquele momento não foi possível responder a esta solicitação”.
Contactados pela Lusa, o Hospital de São João, no Porto, escusou-se a prestar esclarecimentos e o Hospital de Santo António, também no Porto, remeteu explicações para a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS/Norte).
A ARS/Norte anunciou a abertura de um inquérito para apurar as circunstâncias da transferência do doente para Lisboa.
O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), onde está integrado o Hospital de Chaves, garantiu à Lusa que contactou “todos” os hospitais do Norte e até Coimbra para tentar internar o doente numa unidade próxima, mas não houve essa disponibilidade.
O presidente da Câmara de Chaves, António Cabeleira, disse que vai pedir explicações ao Ministério da Saúde sobre a indisponibilidade dos hospitais do Norte em receber o jovem.
“É absolutamente incompreensível que os nossos hospitais de referência a nível Norte não tenham condições para receber todos os doentes e todas as situação de emergência. Isto não tem compreensão”, afirmou.
Um jovem de 20 anos, que sofreu um neurotrauma num acidente de viação no sábado, em Chaves, foi internado no Hospital Santa Maria, em Lisboa, devido ao hospital da cidade transmontana não ter a especialidade e não haver vagas nas unidades hospitalares da região Norte.
O utente saiu de Chaves cerca das 06:00, depois de três horas de espera, fez cerca de 400 quilómetros até Torres Novas de ambulância onde, depois do pedido médico e dado o agravamento do seu estado de saúde, seguiu até Lisboa de helicóptero, onde permanece internado em coma induzido.
Lusa