No global, os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) conseguiram reduzir a despesa com medicamentos em cerca de 2,5% entre janeiro e agosto de 2014.

As unidades de Lisboa foram as que mais contribuíram para esta descida, numa lista encabeçada pelo Centro Hospitalar Lisboa Central, que engloba os hospitais de São José, Capuchos, Santa Marta, Curry Cabral, Dona Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa, com uma redução global na fatura dos fármacos de 9,5%.

Nos primeiros oito meses do ano a despesa hospitalar com medicamentos ficou-se nos 650,9 milhões de euros, indica o relatório mensal referente a agosto de 2014 sobre o Consumo de Medicamentos em Meio Hospitalar, divulgado na quarta-feira pela Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).

A manter-se este comportamento até ao final do ano, a despesa do SNS com medicamentos ficará em níveis de 2009, escreve o jornal Público.

De acordo com o documento, a redução na despesa deve-se às "medidas implementadas relativas à definição e revisão dos preços dos medicamentos hospitalares" assim como ao "acordo estabelecido entre o Ministério da Saúde e a Indústria Farmacêutica".

Em 2015 ainda não se sabe se haverá novo acordo, já que o Orçamento do Estado para o próximo ano prevê a possível criação de uma taxa sobre as vendas da indústria farmacêutica.

O Centro Hospitalar de Lisboa Norte (hospitais de Santa Maria e Pulido Valente) foi o segundo que mais contribuiu para a redução da despesa, com uma quebra de 9,4%, seguido pelo Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (hospitais de São Francisco Xavier, Egas Moniz e Santa Cruz), com menos 7,3%.

Inversamente, o Centro Hospitalar de São João viu a despesa aumentar em 17%, o Centro Hospitalar do Alto Ave subiu em 7,3% os gastos com medicamentos e o Centro Hospitalar do Porto gastou mais 4,4%.

Os medicamentos para o cancro e o VIH são dos com maior peso na despesa total dos hospitais.