Com especial ênfase em instituições do interior do distrito de Coimbra, aquela valência reúne equipas constituídas por psiquiatras, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos, que se deslocam aos lares e centros de dia frequentados pelos doentes, permitindo que idosos com patologias do foro mental tenham acesso a cuidados especializados de saúde sem terem de se deslocar ao hospital.

"Muitas instituições têm dificuldade em prestar cuidados ao nível da saúde mental a idosos com problemas de demência ou depressões e estes protocolos de cooperação representam uma mais-valia para todos os envolvidos", disse à agência Lusa António Reis Marques, diretor do Centro de Responsabilidade Integrado de Psiquiatria e Saúde Mental do CHUC.

Lembrou que com a assinatura dos seis novos protocolos - com misericórdias e centros sociais dos concelhos de Arganil e Tábua - o CHUC possui já acordos com 29 instituições, abrangendo cerca de um milhar de idosos, dos quais 200 estão já a ser seguidos regularmente pelas equipas de gerontopsiquiatria comunitária.

Por outro lado, os ganhos para os doentes e seus familiares refletem-se ao nível do bem-estar e também a nível económico, adiantou.

"Para vir a Coimbra a uma consulta, um idoso passa por muitas dificuldades. Vem acompanhado de um ou dois familiares, que faltam ao trabalho e gastam imenso dinheiro só na deslocação. Ou vem com os bombeiros ou vem de táxi, depois são os tempos de espera, todo um conjunto de adversidades para quem já está deprimido ou perturbado", assinalou Reis Marques.

"Com esta valência consegue-se levar até eles os cuidados de que necessitam, é uma forma muito gratificante e um paradigma inteiramente novo da instituição hospitalar fomentar esses cuidados", observou.

Já o presidente do conselho de administração do CHUC, Martins Nunes, lembrou que o programa de gerontopsiquiatria comunitária é "um caso único" nos hospitais nacionais e mostra que o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra "está aberto à sociedade e à solidariedade".

"Do ponto de vista da gestão é também um caso de boa gestão, com ganhos para a instituição, para as famílias que deixam de perder um dia inteiro para virem a uma consulta e para os doentes e instituições que têm acesso aos cuidados e são os principais beneficiados", argumentou.