Por dificuldades de tesouraria, mais de vinte hospitais compram os medicamentos dia a dia, até porque os próprios laboratórios já só vendem contra fatura, avança o Correio da Manhã.

Várias farmácias hospitalares vêm-se obrigadas a racionar os medicamentos dos pacientes ou a pedir emprestado a outras unidades de saúde devido à falta de stock de remédios.

Segundo o CM, a falta de medicamentos nas instituições hospitalares é negada pelo Ministério da Saúde que avança que está a ser negociado o alargamento dos prazos de pagamentos com os laboratórios. A tutela vai injetar 434 milhões de euros como adiantamento dos contratos-programa.

O risco de incumprimento já se fazia sentir em algumas instituições hospitalares, desde maio passado, altura em que o presidente da Administração Central dos Sistemas de Saúde, João Carvalho das Neves, apontou "os hospitais dos centros hospitalares de Lisboa Norte, Lisboa Central, Lisboa Ocidental, Médio Tejo, Setúbal, Porto, Barreiro-Montijo e o Hospital Garcia de Orta" a estarem em falta com pagamento.

 A situação financeira das unidades de Saúde não deverá melhorar em 2014 pois, além de se manter a exigência de cortes nos gastos com medicamentos, as administrações hospitalares vão debater-se com um aumento da despesa com pessoal, uma vez que vão ter de devolver aos funcionários um dos subsídios retirados no último ano. 

"Prevê-se que essa medida tenha um impacto de 90 a 100 milhões de euros a nível nacional, nas contas de todos os hospitais", referiu fonte do Governo ao CM. Neste momento, a dívida dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aos fornecedores rondará os 1081 milhões de euros. 

A 31 de Dezembro de 2011 o valor da dívida ultrapassava os três mil milhões de euros.

25 de outubro de 2012

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