Os hospitais realizaram menos 339 mil urgências em junho, face ao período homólogo, mas aumentaram em mais de 80 mil o número de consultas médicas programadas, segundo a atividade assistencial, hoje divulgada pela Administração Central do Sistema de Saúde.

De acordo com o documento, os hospitais realizaram 2.991.733 episódios urgentes, em junho, menos 339.043, o que representa uma diminuição de 10,2%, em relação ao verificado no mesmo mês do ano passado.

Em contrapartida, existe um aumento da atividade hospitalar programada, com mais 80.719 consultas médicas e mais 2.593 cirurgias.

Ao nível das intervenções cirúrgicas, o documento refere um aumento das programadas (mais 2.593) e de ambulatório (mais 5.192) e uma redução das convencionais (menos 2.599) e das urgentes (menos 1.748).

Segundo a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), verifica-se “um fortalecimento desejável da atividade programada em detrimento da atividade urgente”, que tem registado “uma desejável e esperada redução”.

A ACSS considera ainda desejável que ocorra transferência de cuidados dos hospitais para os cuidados de saúde primários, aumentando o acesso às primeiras consultas hospitalares e uma redução das consultas subsequentes.

No que respeita ao tempo médio de resposta ao pedido de primeira consulta, o relatório revela que houve uma redução de 20 dias.

A melhoria do tempo de resposta verificou-se para todos os níveis de prioridade, com mais expressão para os pedidos “prioritários” e “muito prioritários” - em média, menos 32 dias e menos 22 dias, respetivamente, do que o tempo de acesso no primeiro semestre de 2011. De igual modo, verifica-se uma melhoria média de tempo na concretização da primeira consulta.

Nos cuidados de saúde primários, foram feitas 1.252.150 consultas no Serviço de Atendimento Permanente (SAP), menos 475.796 (menos 27,5%) do que em junho de 2011.

As consultas presenciais também sofreram um decréscimo, de 5,3%, face a igual período de 2011, o que a ACSS explica com a transferência para as consultas médicas não presenciais, que tiveram um aumento de 9,4%, e para as consultas domiciliárias, que cresceram 6,4%.

A diminuição do número de consultas médicas presenciais nos cuidados de saúde primários é também explicada por uma “melhor gestão das consultas por parte dos prestadores de cuidados de saúde primários, evitando visitas desnecessárias” e pelo “aumento substancial da prescrição eletrónica de receitas com validade de seis meses”.

Segundo os dados da ACSS, foram passadas mais 1.135.616 receitas renováveis, face ao período homólogo.

Face a estes dados, a ACSS considera que “a taxa de utilização de consultas médicas nos cuidados de saúde primários permanece estável, verificando-se que, durante o primeiro semestre de 2012, mais de metade dos utentes tiveram pelo menos uma consulta médica nos cuidados de saúde primários”.

30 de agosto de 2012

@Lusa