14 de julho de 2014 - 08h11

Os progressos na luta mundial contra a Sida estão a ser ameaçados pelos comportamentos de cinco grupos de risco fundamentais, de acordo com o alerta feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na semana passada. Homens homossexuais, prostitutas, homens transsexuais, toxicodependentes que usam drogas injetáveis e pessoas que estão em prisões ou estabelecimentos fechados sao os cinco maiores grupos de risco..

A OMS salienta que, apesar do maior risco de infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH), estes grupos são menos propensos a adotar medidas de prevenção, a realizarem testes ou a efetuarem tratamentos. Cerca de 50 por cento dos novos casos de infeção ocorrem nestes grupos.

"Assistimos ao aparecimento de epidemias neste grupos-chave", declarou Gottfried Hirnschall, diretor do departamento do vírus da imunodeficiência humana (VIH) da OMS, citado pela Reuters. "E essa epidemia está a disparar", advertiu.

A evolução da medicação e o facto de atualmente ser possível viver com Sida fizeram com que as campanhas de prevenção diminuíssem e as infeções voltassem a aumentar, segundo relata. Nas novas recomendações publicadas na sexta-feira, a OMS recomenda que os homossexuais "considerem tomar antirretrovirais como método preventivo contra o VIH".

Porém Gottfried Hirnschall ressalva: "Se têm uma relação estável, ou se as duas pessoas são VIH negativo e não há risco, não há nenhuma razão para tomar".

"Caso seja uma relação na qual uma das pessoas é VIH positivo e a outra VIH negativo, é uma opção que deve ser considerada", acrescentou.

"Os estudos realizados não mostram efeitos colaterais muito grandes, mas são medicamentos, tratamentos e, portanto, este aspeto deve ser levado em consideração antes de tomar uma decisão", acrescentou.

Recomendação já feita nos Estados Unidos

Em maio, as autoridades de saúde americanas recomendaram que todos os grupos de risco tomassem antirretrovirais, especialmente os homossexuais, com a esperança de reduzir o número de novas infeções, que não muda há 20 anos.

Tomar regularmente um comprimido que combina dois
antirretrovirais, além do uso de preservativos, pode diminuir o risco de
contágio entre 20% e 25%, ou seja, evitar "um milhão de novas infeções
neste grupo em 10 anos", indica a OMS.

Profilaxia pré-exposição
(PrEP) é o nome dado a qualquer procedimento médico que visa prevenir
uma doença e, no caso do VIH, exige a toma de um único comprimido,
diariamente.

Quando adotado de forma consistente, o PrEP tem demonstrado reduzir o risco de infeção até 92 por cento.

Os
especialistas acreditam que a incidência do vírus entre homens
homossexuais poderia ser reduzida entre 20 a 25 por cento com o PrEP,
evitando até um milhão de novos casos em 10 anos.

Estima-se que cerca de 35,3 milhões de pessoas, em todo o mundo, estejam infetadas com VIH.

O
número anual de vítimas mortais de sida também está a diminuir. Em 2005
foram registadas 2,3 milhões de mortes por causa da doença e, em 2012,
verificaram-se 1,6 milhões.

Por SAPO Saúde com AFP

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