7 de fevereiro de 2014 - 11h11
Um homem acusou na quinta-feira o Hospital Garcia de Orta (Almada) e PSP de "racismo" por terem ordenado a expulsão da sua família de uma sala de espera daquela unidade hospitalar, cerca das 15h, mas hospital e polícia negam as acusações.
"Estava aqui com cerca de 12 pessoas da minha família, de etnia cigana, a aguardar pela operação de um outro familiar, quando um segurança chegou perto de nós e nos pediu para sairmos para a rua, alegadamente porque estávamos a fazer barulho e a perturbar o funcionamento dos serviços", disse à Lusa Sérgio Barão.
"Perguntei ao segurança por que razão só se estava a dirigir à comunidade cigana, quando estavam muitas outras pessoas na sala de espera, e ele respondeu-me que estávamos a fazer muito barulho e a perturbar o normal funcionamento dos serviços, o que é mentira", acrescentou.
Sérgio Barão admitiu que se recusou a sair porque considerou tratar-se de uma atitude discriminatória, racista e injustificada, mas que na altura pensou que o incidente tinha ficado por ali.
"Para meu espanto, cerca de meia hora depois, chegam duas carrinhas da polícia de intervenção, os agentes com os cassetetes na mão e a dizer: `cidadãos da comunidade cigana, rua´. Ainda tentei dialogar, mas eles não aceitaram o diálogo. Com medo de que eles nos batessem, convidei a minha família a sair", disse.
Sérgio Barão tenciona apresentar uma reclamação pelo sucedido junto da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
Contactada pela Lusa, a administração do Hospital Garcia de Orta já refutou todas as acusações, assegurando que as pessoas de etnia cigana "foram convidadas a abandonar a sala de espera como teria sido qualquer outra pessoa que estivesse a perturbar o normal funcionamento dos serviços".
A administração do Garcia de Orta garantiu ainda que já havia várias queixas de outros utentes que se dirigiram ao secretariado a protestar contra o ruído que aquele grupo de pessoas estava a fazer na sala de espera.
Embora ainda sem grandes detalhes sobre a situação ocorrida em Almada, o Comando Distrital da PSP de Setúbal, através do departamento de Relações Públicas, também já negou qualquer atitude racista da PSP, adiantando que a equipa de intervenção se limitou a restabelecer a ordem e a garantir o normal funcionamento do Hospital Garcia de Orta.
Lusa