Cerca de 25 milhões de pessoas, entre elas 2,5 milhões de crianças, morrem todos os anos com fortes dores que poderiam ser aliviadas com morfina, revelou um estudo publicado esta sexta-feira na revista médica The Lancet.

O mesmo estudo conclui que o alívio da dor é negado a cerca de metade do total de pessoas que morrem por ano.

De acordo com os investigadores, a grande maioria destes casos ocorre em países de baixo e médio rendimento, que recebem menos de 4% das 299 toneladas de morfina oral distribuída no mundo. Por outro lado, a investigação revela que, em nações mais ricas, é comum o abuso de analgésicos à base de ópio, principalmente nos Estados Unidos.

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"A desigualdade da dor é uma faca de dois gumes: há pouco acesso a opiáceos baratos nas nações pobres e há um excesso de consumo nas ricas”, afirmou o coautor do estudo, Julio Frenk, da Universidade de Miami.

A morfina não é só é difícil de ser encontrada em países pobres, mas também é mais cara do que nos países desenvolvidos.

O mesmo estudo indica que enquanto nas regiões mais pobres o valor para 10 miligramas deste tipo de substância é de cerca de 16 cêntimos de dólar, nas mais ricas esse preço cai para os 3 cêntimos.