Em 2016, e contrariando a tendência para a estabilização deste problema na maior parte de países europeus, Portugal voltou a assistir a um aumento da percentagem de doentes infetados com Klebsiella pneumoniae resistente a antibióticos de largo espectro e também a carbapenemes. A notícia é avançada pelo jornal Público.

Nos mapas do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), Portugal aparece várias vezes a vermelho nesta matéria. Há, no entanto, boas e más notícias nos últimos dados que esta quarta-feira vão ser apresentados em Bruxelas pelo ECDC, escreve o jornal.

Os carbapenemes são antibióticos de fim de linha usados exclusivamente nos hospitais para tratar infecções graves e cujas bactérias já desenvolveram resistências a outros fármacos. Quando não funcionam, a alternativa é recorrer a antibióticos antigos, mais tóxicos, como a colistina.

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"Com a crescente resistência mesmo a antibióticos de fim de linha, enfrentamos um futuro preocupante em que cirurgias de rotina, partos, pneumonias e mesmo infecções de pele poderão tornar-se de novo potencialmente fatais", alerta o comissário europeu para a saúde e segurança alimentar, Vytenis Andriukaitis, citado pelo referido jornal.

12 superbactérias

Além da tuberculose resistente, que a cada ano mata 250 mil pessoas no mundo inteiro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou em fevereiro uma lista de 12 famílias de "superbactérias", contra as quais considera urgente desenvolver novos medicamentos, a exemplo de enterobactérias como Klebsiella e E.coli.

Algumas destas famílias provocam doenças comuns, como a pneumonia e infeções do trato urinário. "A resistência antimicrobiana é uma emergência de saúde global", declarou o diretor-geral da OMS, Adhanom Ghebreyesus.

"Há uma necessidade urgente de um maior investimento em investigação e desenvolvimento de antibióticos (...). Caso contrário voltaremos ao passado, quando as pessoas temiam infeções comuns e quando a vida ficava em risco com simples cirurgias", advertiu.

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