O número de transplantes continua a aumentar no país - no ano passado, realizaram-se mais 40 do que em 2015 -, mas ainda assim os órgãos recolhidos não são suficientes para as necessidades.

A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias.

No início do mês, encontravam-se 40 doentes à espera de um coração, segundo João Paulo Almeida e Sousa, presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST). Só no ano passado, pelo menos 10 pessoas morreram à espera de um.

No primeiro trimestre de 2017 foram realizados em Portugal 8 transplantes cardíacos, segundo a Coordenação Nacional de Transplantação. No ano passado, foram efetuados 42, menos oito que em 2015.

Nunca houve tantos transplantes como agora

O número de órgãos colhidos para transplante em 2016 foi o maior de sempre, tendo-se registado pela primeira vez transplantes com órgãos de dadores em paragem circulatória (“coração parado”), segundo a Coordenação Nacional da Transplantação.

Os dados da doação e transplantação de órgãos em 2016 apontam para um aumento de órgãos colhidos de dador falecido que subiram de 896 em 2015 para 936 no ano passado. Destes, foram transplantados 784 órgãos, o que reflete uma taxa de utilização de 84% (79% no ano anterior).

O número de órgãos (provenientes de dador falecido, vivo e sequencial) transplantados também aumentou: de 824 para 864. Destes 864 órgãos transplantados, o maior número ocorreu na transplantação renal (499), seguindo-se a hepática (272), a cardíaca (42), a pulmonar (26) e a pancreática (25).

Em março deste ano, no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, realizou-se o primeiro transplante de coração artificial em Portugal. A intervenção aconteceu a 6 de março, pela equipa dirigida pelo cirurgião José Fragata.