25 de outubro de 2013 - 10h07
A Sociedade Portuguesa de Anestesiologia (SPA) pretende que o Grupo de Estudo de Medicina da Dor possa promover a melhoria dos cuidados prestados nas Unidades de Dor dos hospitais portugueses.
Este grupo, criado pela SPA, vai ser apresentado no sábado no Hospital de Santo André (HSA), em Leiria.
A apresentação deste grupo irá decorrer no final do I Encontro de Anestesiologia, onde se realizará a conferência da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia e se discutirá vários temas sobre a dor.
"Os médicos anestesiologistas são os que mais capacidade têm para tratar a dor, tendo em conta a sua experiência", disse a coordenadora deste grupo e especialista no HSA, Ana Cristina Mangas, à agência Lusa.
Segundo a médica, "a dor é uma experiência complexa". Além dos fármacos que "são o esteio fundamental de controlo da dor", muitas vezes "não são o suficiente". Daí que algumas Unidades da Dor nos hospitais dispõem "de uma equipa multidisciplinar".
Ana Cristina Mangas referiu ainda que a lombalgia é a causa mais frequente da dor crónica. "São os médicos de medicina geral e familiar que identificam e contactam com este tipo de problema. Mas é o anestesiologista que, muitas vezes, está mais vocacionado para tratar da dor, porque contacta com situações de dor intensa pela atividade que desenvolve", salientou à Lusa.
"O anestesiologista é o médico que terá o comportamento e atitude mais correta e quase perfeita para tratar a dor", sublinhou a especialista.

A anestesiologista do HSA refere que as unidades da dor surgiram para tratar os doentes oncológicos, mas mais de 60 por cento das consultas que realiza são doentes não oncológicos.
Este ano já foram "efetuadas 2.500 consultas" na unidade da dor do HSA, estando a ser seguidos regularmente "entre 900 a 1.000 doentes".
A especialista revelou ainda que será assinado um protocolo com a Fundação Grünenthal, que "permitirá a criação de oportunidades educativas como ações de formação, bolsas e estágios" para profissionais de saúde, uma vez que "não há formação na dor".
Ana Cristina Mangas adiantou que poderão ser disponibilizadas ferramentas online "para que os especialistas da dor tenham mais conhecimentos e possam tratar melhor o doente".
Durante o dia de hoje, o HSA recebe ainda a terceira edição das jornadas da Unidade de Dor. "Este ano, quisemos sair da nossa zona de conforto e vamos debater a terapêutica não farmacológica, uma área onde se pretende dar respostas", disse a médica.
Serão abordadas terapêuticas não farmacológicas, como a acupuntura, eletroterapia e musicoterapia, que "são excelentes auxiliares para o controlo dos pacientes".
Haverá ainda uma aula dada por peritos sobre as novas atitudes a ter em relação à dor e o controlo da dor pelo doente.
De acordo com a SPA, em Portugal, a dor crónica afeta mais de 30 por cento da população adulta.

Lusa