A Direção-Geral de Veterinária (DGV) sublinhou ontem que as últimas análises a aves selvagens continuam a não detetar casos positivos de gripe aviária em Portugal, depois de a ONU alertar para um eventual ressurgimento do vírus H5N1.

A Agência da ONU para a Agricultura e a Alimentação (FAO) recomendou ontem "uma vigilância reforçada" do vírus da gripe das aves, num momento em que uma estirpe mutante do vírus H5N1 foi identificada na Ásia.

Perante esta situação, a Direção-Geral de Veterinária disse ontemà agência Lusa que as 3.708 amostras feitas em 375 explorações/estabelecimentos e 163 aves selvagens não detetaram casos de gripe das aves em território nacional.

"Até à data nunca foi detetada gripe aviária de alta patogenicidade em Portugal", sublinha o organismo, tutelado pelo Ministério da Agricultura.

A entidade salientou ainda que desde 2003, quando Portugal iniciou a monitorização de gripe aviária em aves de capoeira e aves selvagens, nunca foram encontrados resultados positivos "para os subtipos H5 e H7 de alta patogenicidade nas análises efetuadas às amostras recolhidas naquelas aves".

Entre 2003 e 2010 - e abrangendo espécies cinegéticas (patos e perdizes em especial) e aves de capoeira domésticas - foram colhidas e analisadas 52.627 amostras de aves domésticas e 10.274 amostras de aves selvagens, indicou o mesmo organismo.

De acordo com dados da Direção-Geral de Veterinária, não foram encontrados casos de gripe viária de alta patogenicidade em aves domésticas e selvagens na Europa.

No entanto, foi detetado um total de 36 focos de gripe das aves de baixa patogenicidade em aves domésticas no continente europeu: 23 na Alemanha (último foco a 26 de julho deste ano), nove em Itália (a 12 de julho) e quatro na Holanda (a 27 de junho).

Em aves selvagens foram encontrados cinco focos, todos na Hungria. O último caso foi detetado a 14 de janeiro.

Ainda assim, a Direção-Geral de Veterinária afirmou que "existe um plano de contingência atualizado regularmente, de acordo com as diretrizes da Comissão Europeia", e que "têm sido efetuados exercícios de simulação para testar a capacidade de resposta a uma situação de emergência".

30 de agosto de 2011

Fonte: Lusa