"A empresa não dá aumentos salariais há cinco anos, período em que os trabalhadores sofreram uma perda salarial enorme, pois a inflação registada foi de 7,88% e o Governo alterou os escalões de IRS e criou uma taxa adicional sobre os salários", disse o dirigente sindical António Baião.

À agência Lusa, o sindicalista acrescentou que a empresa Eurest "não está a pagar devidamente o trabalho prestado em dia feriado, conforme estabelece o contrato coletivo", pagando somente metade dos 45,70 euros que os trabalhadores deveriam receber.

Por outro lado, acrescentou, os ritmos de trabalho exigidos "são muito intensos", devido à redução de efetivos dos últimos anos, colocando-se nos trabalhadores "um clima de pressão que põe em causa a sua segurança e saúde e a qualidade do serviço prestado aos doentes e demais utentes".

Segundo António Baião, a taxa de adesão à greve no Hospital dos Covões e Maternidade Bissaya Barreto, em que apenas funcionaram serviços mínimos, situou-se nos 90%, enquanto no Hospital Pediátrico rondou os 70%.

O presidente do sindicato referiu também que naquelas unidades a empresa recorreu à colocação de categorias diferenciadas de trabalhadores a executar serviços que não fazem diariamente e solicitou aos efetivos do turno da manhã que continuassem no turno da tarde, situação que foi comunicada à Autoridade para as Condições de Trabalho.

O dirigente disse ainda que os serviços de alimentação das três unidades de Coimbra exploradas pela Eurest empregam mais de 70 pessoas.

As greves dos trabalhadores dos serviços de alimentação dos hospitais vão continuar na segunda e na terça-feira da próxima semana, nos distritos de Leiria e Aveiro, pelas mesmas razões, adiantou António Baião, depois de já terem realizado greves na Covilhã e Figueira da Foz.