Para o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica "é imperioso que o Governo explique aos utentes do SNS, claramente prejudicados com esta greve, porque não resolve esta situação que era tão simples e rápida de resolver. As negociações relativas ao estatuto de carreira destes profissionais está feita, de acordo com o Ministério da Saúde, mas o enquadramento salarial está bloqueada pelo Ministério das Finanças. Sindicato aguarda decisões do governo caso contrário a luta irá continuar e serviços continuarão parados por tempo indeterminado. O fim da greve está assim nas mãos do Governo", alerta em comunicado.

Para assinalar o arranque deste protesto, centenas de profissionais estiveram reunidos ontem em manifestação, em frente ao Ministério da Saúde, protestando contra o alheamento e descriminação do Ministério da Saúde, bem como a inqualificável atitude do Governo em relação ao desemprego galopante no setor, contrastando com a falta destes recursos humanos em todas as áreas de intervenção clínica.

A greve mantém-se neste segundo dia com forte expressão, a adesão mantém-se acima dos 80% e os hospitais centrais estão paralisados. Os técnicos de diagnóstico e terapêutica decidiram manter por tempo indeterminado a greve iniciada na quarta-feira (16/11), apesar de o Ministério da Saúde ter convocado uma reunião negocial para 30 de novembro.

O sindicato sublinha novamente "que a solução é simples e está nas mãos do Governo, em 30 minutos fazemos o acordo final" afirma Almerindo Rego, Presidente do Sindicato dos Técnicos Superiores das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica. "Se esta greve se mantiver vai ser exclusivamente responsabilidade do Governo, que terá imperiosamente que prestar contas aos utentes do SNS que são assim afetados gravosamente nos seus cuidados de saúde", alerta o responsável

Com uma taxa de adesão nacional, quase absoluta, os hospitais encontram-se paralisados, uma vez que os técnicos superiores das áreas de diagnóstico e terapêutica, constituídos em 22 profissões, três das quais por regulamentar, e abrangendo áreas como as análises clínicas, a radiologia, a fisioterapia, a farmácia, a cardiopneumologia, entre muitas outras, num total de cerca de 10 mil profissionais em exercício nos serviços públicos de saúde, entraram ontem, 16 de novembro, em greve por tempo indeterminado.

Esta greve afeta praticamente todos os serviços de saúde, com especial incidência nos blocos operatórios, altas e internamentos hospitalares, diagnósticos diferenciados em todas as áreas de intervenção clínica, planos terapêuticos em curso, distribuição de medicamentos, prevenção em saúde, entre outros.

Veja ainda: As frases mais ridículas ouvidas pelos médicos

Saiba mais: 10 formas constrangedoras de ir parar ao hospital