O balanço foi feito pelo secretário-geral do SIM, Roque da Cunha, aos jornalistas, no hospital de Santa Maria, em Lisboa. O dirigente sindical indicou que há vários blocos operatórios encerrados no país e, apesar de se escusar a entrar “numa guerra de números”, apontou para uma adesão superior a 80% neste primeiro dia de paralisação.

O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares afirmou hoje que cirurgias e consultas são as mais afetadas pela greve dos médicos, mas revelou que muitas foram antecipadas ou reagendadas por iniciativa dos clínicos que aderem ao protesto. Por outro lado, os profissionais estão a cumprir obrigatoriamente os serviços mínimos, que contemplam as urgências, quimioterapia e radioterapia ou transplantes.

Paralisação afeta serviços de Norte a Sul do país

Esta manhã, o Hospital de Portimão registou pouco movimento e no Alentejo várias consultas e análises foram canceladas.

No Centro de Saúde de Sete Rios poucos não tiveram consulta e em Braga houve quem ainda esperasse por uma vaga. Em Lisboa, registou-se o adiamento de várias consultas no São José. No Porto, sentiu-se menos afluência devido à greve dos médicos.

Já no Hospital de Vila Real a manhã foi de aparente normalidade, apesar das consultas canceladas.

A paralisação foi convocada pelos dois sindicatos médicos para hoje e quinta-feira e é a primeira destes profissionais de saúde que enfrenta o ministro Adalberto Campos Fernandes.

Reivindicações

Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e Federação Nacional dos Médicos (FNAM) reivindicam um conjunto de 30 pontos e queixam-se de que o Governo tem empurrado as negociações ao longo de um ano, sem concretizações, e demonstrando falta de respeito pelos profissionais.

Limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais, em vez das atuais 200, imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência e diminuição do número de utentes por médico de família são algumas das reivindicações sindicais.

Os sindicatos também querem a reposição do pagamento de 100% das horas extra, que recebem desde 2012 com um corte de 50%. Exigem a reversão do pagamento dos 50% com retroatividade a janeiro deste ano.

O Ministério da Saúde tem dito que não negoceia sob pressão e considera-se empenhado no diálogo com os sindicatos médicos.

12 sintomas que nunca deve ignorar