Segundo o Serviço de Saúde da Região Autónoma (SESARAM), a greve afetou sobretudo os blocos operatórios e as consultas externas, informou.

"Os serviços mínimos estão garantidos e as urgências estão a funcionar normalmente, mas a greve afetou os blocos operatórios e também teve alguns reflexos na consulta externa", disse à agência Lusa Tomásia Alves, presidente do conselho de administração do SESARAM.

A responsável do SESARAM sublinhou que os dados se referem ao período da manhã e que ainda não é possível indicar com precisão quantas cirurgias e consultas tiveram de ser remarcadas.

Nas consultas externas, várias marcações foram canceladas, mas isso não provocou protestos ou queixas de maior por parte dos utentes, conforme a Lusa constatou no local.

"A greve é um direito constitucional, mas prejudica todas as pessoas envolvidas", disse, por outro lado, a administradora do SESARAM.

Já a delegada na região do Sindicato Independente dos Médicos, Lídia Ferreira, afirmou, por seu lado, que, dos 40 serviços do hospital, 26 registaram médicos em adesão à greve, com percentagens a variar entre 100% e os 50%.

"Começa a haver muitas pessoas [médicos] a manifestarem a sua intenção de apoiarem a greve, apesar de estarem a garantir os trabalhos mínimos", disse, realçando que o hospital está com "muito pouca atividade médica."

Os promotores da greve - Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e Federação Nacional dos Médicos (FNAM) - protestam pela ausência de medidas concretas do Governo num conjunto de reivindicações sindicais que têm tentado estar a ser negociadas ao longo do último ano.

Limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais, em vez das atuais 200, imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência e diminuição do número de utentes por médico de família são algumas das reivindicações sindicais.

Os sindicatos também querem a reposição do pagamento de 100% das horas extra, que recebem desde 2012 com um corte de 50% e exigem a reversão do pagamento com retroatividade a janeiro deste ano.

O Ministério da Saúde tem dito que não negoceia sob pressão e considera-se empenhado no diálogo com os sindicatos médicos.