“A adesão no turno da noite (00h00 às 08h00) foi de 80%, o que significa que, à semelhança da semana passada, os enfermeiros continuam a demonstrar ao Governo que estão insatisfeitos com aquilo que tem sido o posicionamento”, disse à agência Lusa Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Guadalupe Simões adiantou à Lusa que o SEP espera que o número de adesão (80%) se mantenha ou possa aumentar nos turnos da manhã e tarde.

Os enfermeiros cumprem desde as 00:00 de hoje uma greve nacional de 24 horas em protesto pelos cortes salariais no trabalho extraordinário, exigindo a progressão na carreira e a reposição das 35 horas de trabalho semanais.

“As reivindicações que temos, e para as quais o Ministério da Saúde não apresentou qualquer evolução de posição, prendem-se com o pagamento das horas de qualidade sem cortes, com a harmonização salarial do enfermeiros com contrato individual de trabalho, a valorização dos enfermeiros especialistas, admissão de mais enfermeiros, tendo em conta a situação de carência e rutura em vários hospitais e a abertura de concursos para enfermeiros principal”, salientou.

Tutela não apresentou contraproposta

O SEP e o Ministério da Saúde estiveram reunidos na quinta-feira, mas como a tutela não apresentou qualquer proposta à greve marcada para hoje, esta manteve-se.

“O Ministério da Saúde antecipou a reunião, mas, na realidade, não apresentou uma evolução positiva para que possamos pensar sequer na possibilidade de suspender a greve”, disse Guadalupe Simões na quinta-feira.

É que, acrescentou, "na longa reunião", não foi possível que o Ministério da Saúde apresentasse “propostas concretas” em relação às principais exigências do SEP.

Para o sindicato, tal era “determinante” e, para o Governo, "não era discutível”, vincou Guadalupe Simões.

A paralisação de hoje é o segundo e último dia de greve nacional dos enfermeiros, convocada pelo SEP em novembro, tendo ocorrido o primeiro há uma semana.