“Está a ultrapassar as nossas melhores expectativas”, disse à Agência Lusa o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde, Almerindo Rego.

O sindicato exige a revisão da carreira, contesta a interrupção de negociações por parte do Ministério da Saúde e reclama da sobrecarga de trabalho, devido à falta de substituição de funcionários que se foram aposentando.

Com os dados recolhidos até às 11:00, os sindicalistas estimam uma adesão acima dos 80%, com unidades a atingirem os 100%, como no caso do Hospital de Beja.

No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, a maior unidade do país, a adesão à greve no setor das análises clínicas foi também de 100%, cumprindo-se apenas os serviços mínimos.

À entrada deste hospital encontravam-se pelas 11:00 cerca de duas dezenas de técnicos de diagnóstico e terapêutica, num protesto que pretende dar voz às razoes da greve.

Vestidos com batas brancas, os manifestantes levaram ainda cartazes e faixas onde se podia ler: "Carreira Digna Sim, Discriminação Não" ou "Negociação Séria Sim, Hipocrisia Política Não".

Luís Dupont, sindicalista presente na concentração junto ao Santa Maria, disse à agência Lusa que os profissionais lutam também pela "reposição imediata" das 35 horas semanais, uma reivindicação comum a vários profissionais do setor da saúde e da administração pública.

Relativamente aos motivos específicos, Luís Dupont lembrou que o Ministério da Saúde interrompeu em junho deste ano o processo de negociação com vista à revisão da carreira, que se encontra por atualizar há 14 anos.

O Sindicato contesta ainda a "sobrecarga de trabalho" a que estão atualmente sujeitos os profissionais, com horas de trabalho a mais que não são compensadas, uma vez que não têm sido substituídos os técnicos que se reformam.

“Somos os únicos licenciados na área da saúde que não recebemos como tal”, lamentam ainda os sindicalistas.

A greve nacional destes profissionais repete-se na segunda-feira.