Em declarações à agência Lusa, Sara Pacheco, dirigente do Sindicato dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), contou que os dados disponíveis para o dia de hoje apontam para uma adesão à greve superior aos 90%.

Na quinta-feira, primeiro de dois dias de greve, o Sindicato refere que a adesão foi de 87% em termos nacionais.

No primeiro dia de greve, algumas centenas de profissionais manifestaram-se junto ao Ministério da Saúde, em Lisboa, a exigir a revisão da carreira, tendo então apoiado uma proposta sindical de marcar em breve uma greve por tempo indeterminado, caso o Governo continue a não satisfazer as pretensões dos trabalhadores.

A greve, que se prolonga até às 23:59 de hoje, visa “defender os serviços públicos de saúde e, em especial, o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. Análises clínicas e outros exames de diagnóstico e terapêutica poderão ser afetados pela greve, que pode ainda ter impacto em cirurgias programadas.

A paralisação é ainda um protesto contra “o bloqueio negocial das carreiras, imposto pelo Governo, em clara violação da lei”.

Segundo o Sindicato, a necessidade de revisão das carreiras dos profissionais de diagnóstico e terapêutica tem sido reconhecida pelos governos nos últimos 14 anos, sem que ainda se concretizasse a alteração pretendida.

Relativamente ao diálogo negocial, os sindicalistas acusam o atual Ministério da Saúde de bloquear as negociações sem qualquer explicação.

O “desemprego galopante, a não substituição dos profissionais aposentados e consequente aumento das cargas de trabalho, o desrespeito pelas escalas de trabalho, as violações do direito aos descansos semanais e compensatórios e dos limites do trabalho extraordinário, a sobrecarga dos regimes de trabalho, com risco para a segurança dos doentes, e a qualidade dos desempenhos” são outros dos motivos da greve.

Em comunicado, o STSS considera que o Governo “agravou a discriminação e a violência institucional que vem exercendo sobre” estes profissionais.