Na área da Saúde, o coordenador dos Sindicatos dos Trabalhadores da Função Pública Orlando Gonçalves afirmou que a adesão foi “elevada” porque a falta de condições de trabalho é “tremenda”, não tendo os principais hospitais do Porto realizado nenhuma cirurgia programada.

“Os blocos operatórios estão todos fechados, menos os da urgência, claro está. Além disso, houve consultas adiadas, outras realizadas com atraso, pensos por fazer e constrangimentos no internamento”, revelou.

No Hospital Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, a adesão foi de 100%, tanto que nem os serviços mínimos estão completamente assegurados, no Hospital de Santo António, no Porto, e no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, rondou os 85%, no Hospital Padre Américo, em Penafiel, atingiu os 80% e no Hospital de São João, no Porto, ficou nos 75%, avançou o sindicalista. “No Hospital São João a adesão foi mais baixa porque há cerca de duas ou três semanas atrás contratou 60 assistentes operacionais com contrato precário e foram todos escalados hoje para trabalhar. Claro que como têm um contrato pouco estável tiveram receio de fazer greve, isso foi uma habilidade do conselho de administração, mas não uma ilegalidade”, explicou.

Segundo Orlando Gonçalves, os profissionais da área da saúde têm “toda a razão” para fazer greve porque tem condições “muito más”, enumerando a falta de pessoal, a ausência de uma carreira de auxiliar de ação médica e o facto de os novos trabalhardes admitidos no Instituto Nacional de Ação Médica (INEM) ganharem mais do que quem lá está há mais de 20 anos.

Segundo um balanço da coordenadora da federação dos sindicatos da função pública, vários hospitais nas regiões de Lisboa e do Porto registaram uma adesão de 100% ou próxima da totalidade à greve de hoje,Ana Avoila referiu que na maioria dos hospitais no Porto “está tudo a 100%”.

Também na educação os números foram “bons”, ressalvou o coordenador do sindicato, avançando que no distrito do Porto fecharam 80 de 127 escolas, ou seja, 66%. “Houve escolas que fecharam e outras que se mantiveram abertas, mas sem determinadas aulas”, frisou.

Convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), a greve nacional de hoje na Função Pública foi anunciada no início de abril para reivindicar aumentos salariais, pagamento de horas extraordinárias e as 35 horas de trabalho semanais para todos os funcionários do Estado.

O regime das 35 horas foi reposto em julho de 2016, deixando de fora os funcionários com contrato individual de trabalho, sobretudo os que prestam serviço nos hospitais EPE. A FNSTFPS, afeta à CGTP, é composta pelos sindicatos do norte, centro, sul, regiões autónomas e consulares, e representa 330 mil funcionários.

A última greve geral convocada pela FNSTFPS com vista à reposição das 35 horas semanais realizou-se em janeiro do ano passado, e teve, segundo a estrutura, uma adesão média entre 70% e 80%, incluindo os hospitais.

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