De acordo com a enfermeira Susana Surribas, que integra o Movimento Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia (EESMO), as grávidas de alto risco vão ser transferidas para outras unidades do Hospital de São Bernardo ou para o Hospital Garcia de Orta, em Almada.

Também as grávidas que pretendem fazer interrupções voluntárias de gravidez estão já a ser transferidas, para a Clinica dos Arcos, em Lisboa, adiantou a mesma fonte.

A urgência de obstetrícia do Hospital São Bernardo está a ser assegurada por médicos devido à recusa de prestação de cuidados diferenciados pelos enfermeiros especializados em obstetrícia, disse hoje à agência Lusa uma enfermeira especialista. "O serviço de urgência de obstetrícia está a ser assegurado pelos médicos, porque não há nenhum enfermeiro especialista em saúde materna e obstetrícia a prestar cuidados diferenciados", disse Adriana Taborda, também representante do EESMO.

Este movimento decidiu recusar, a partir de hoje, a prestação de cuidados diferenciados em protesto contra o não pagamento desta especialidade.

Segundo Adriana Taborda, o bloco de partos do Hospital São Bernardo está a funcionar normalmente, uma vez que os dois enfermeiros especialistas de serviço, um deles a prolongar o turno da noite devido à falta de um/a colega, têm contrato de especialista e são pagos como tal.

Segundo a Ordem dos Enfermeiros, que apoia os profissionais neste protesto, existem cerca de 2.000 enfermeiros que, apesar de serem especialistas, recebem como se prestassem serviços de enfermagem comum.