Segundo apurou o Económico, o Governo prepara-se para descer o valor das comparticipações sobres os medicamentos. Ao mesmo tempo, o Ministério de Ana Jorge vai ditar uma nova descida administrativa dos preços dos remédios. A medida permitirá ao Estado uma dupla poupança: a taxa de comparticipação é reduzida e aplicada sobre um preço dos medicamentos que também será mais baixo.

As novas reduções poderão, no entanto, levar os utentes a pagar mais pelos remédios. Mas será a indústria farmacêutica a suportar os maiores encargos e o Estado a retirar os maiores benefícios. Esta será a terceira vez este ano que a indústria é obrigada a descer o preço dos medicamentos.

Em Maio, o Governo subiu as margens de lucro das farmácias e dos grossistas para 20 e 8%, respectivamente, obrigando os laboratórios a descer as suas próprias margens de lucro, de forma que os remédios chegassem aos consumidores ao mesmo preço. Já em Julho, o Governo ditou uma nova descida administrativa do preços dos remédios, de 4%, devido à revisão anual do preço dos medicamentos, que obriga Portugal a alinhar os preços com a média dos países de referência (Espanha, Grécia, França e Itália).

Ontem, em entrevista à SIC, a ministra da Saúde afirmou que "os medicamentos são mais caros em Portugal que no resto da Europa". A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica já reagiu, acusando Ana Jorge de desconhecer a realidade. Num comunicado enviado às redacções, a Apifarma" lamenta que a Senhora Ministra revele desconhecimento do quadro legal que rege áreas pelas quais é responsável e que possa procurar, através de informação incorrecta, criar justificação para o aumento da despesa do Serviço Nacional de Saúde".

Fonte: Diário Económico

2010-09-16