19 de fevereiro de 2013 - 14h46 
O ministro da Saúde anunciou esta terça-feira a intenção de baixar a despesa com os medicamentos, promover uma maior articulação entre os serviços de saúde e aumentar o acesso às consultas, para combater o aumento dos custos com a diabetes.
O relatório anual do Observatório Nacional da Diabetes, hoje apresentado e relativo ao ano 2011, revela que os custos com a diabetes continuam a aumentar em Portugal, tendo representado uma despesa de 1.816 milhões de euros, o equivalente a 1% do PIB.
O mesmo estudo mostra que o número de embalagens para a insulina subiu 60% na última década, enquanto o custo com essas mesmas embalagens subiu 297,5%.
“Isto na doença que tem a maior prevalência em Portugal significa que é insustentável este crescimento”, afirmou Paulo Macedo aos jornalistas, no final da apresentação do relatório.
A propósito lembrou as medidas já levadas a cabo pelo Governo, como o aumento dos genéricos e a redução do preço dos medicamentos, e anunciou outras como a abertura de um concurso centralizado, no âmbito dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, com vista a obter melhores preços para as tiras de glicemia”.
O ministro afirmou ainda querer baixar os custos com a medicação e sublinhou a necessidade de ter doentes diagnosticados mais cedo, para que necessitem de menos cuidados hospitalares e sobretudo nas fases mais graves (amputações e complicações múltiplas).
O comentário do ministro vinha a propósito de o relatório revelar que se gasta mais do dobro em tratamento hospitalar do que se gasta na medicação.
Para Paulo Macedo também é “essencial ter melhor coordenação” e por isso informou que foi lançado hoje, e já divulgado no site da Direção-Geral da Saúde, o “processo assistencial integrado para a diabetes, que visa a articulação entre cuidados primários, cuidados hospitalares e prevenção”.
Outro aspeto essencial para a redução dos custos com a diabetes é o aumento dos doentes diagnosticados, já que dos mais de um milhão de diabéticos em Portugal, 44% não estão diagnosticados.
“Queremos que mais pessoas venham aos cuidados primários, há ainda centenas de milhares de pessoas com diabetes não diagnosticada”, afirmou, sublinhando o número crescente de consultas para a diabetes.
Lembrando que o Serviço Nacional de Saúde presta 40 milhões de consultas, das quais, 1,8 milhões são da diabetes, Paulo Macedo considerou que é necessário chamar mais pessoas para mais consultas nos cuidados de saúde primários.
Lusa