“A Bial, sendo uma das mais relevantes empresas portuguesas no domínio da inovação, tem a confiança e a solidariedade do Governo Português, bem como o estímulo para prosseguir a investigação e desenvolvimento em projetos de relevante contributo para a economia portuguesa e para o bem-estar dos cidadãos e dos doentes”, afirma o Ministério da Economia em comunicado.

Não obstante, afirma estar a “acompanhar com especial atenção” o desenvolvimento do incidente ocorrido em janeiro, em Rennes, França, com uma molécula experimental do laboratório.

O Governo sublinha que o relatório publicado na segunda-feira pela Inspection Générale des Affaires Sociales (IGAS) reafirmou a regularidade do protocolo do ensaio e confirmou que não foram detetados quaisquer sinais prévios que pudessem ter previsto o sucedido na fase pré-clínica, realçando o caráter inesperado e imprevisível dos acontecimentos.

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Até ao momento, ainda não foram determinadas as causas concretas do acidente. A farmacêutica Bial lamentou  que o relatório final da IGAS, de França, sobre o incidente verificado em janeiro, num ensaio clínico, “não permita determinar qualquer conclusão quanto à causa concreta do acidente”.

“O Governo Português aguarda que a divulgação, que se deseja para breve, dos relatórios médicos de todos os voluntários, dos dados da autópsia do voluntário que lamentavelmente faleceu, bem como dos procedimentos levados a cabo pelo Centro Hospitalar de Rennes, possam ajudar a esclarecer as reais razões deste acontecimento”, acrescenta o Ministério da Economia.

Um morto e vários feridos

O Governo francês afirmou na segunda-feira que o laboratório português Bial e a empresa especializada Biotrial “têm responsabilidade, de várias formas” no ensaio clínico em que morreu um voluntário e exigiu um plano de ação que impeça a repetição das “falhas graves”.

A 17 de janeiro, Guillaume Molinet, de 49 anos, morreu durante um ensaio clínico realizado em Rennes pela empresa especializada Biotrial, enquanto testava para o laboratório português Bial uma molécula que atuava sobre o sistema nervoso.

Outros cinco voluntários tiveram também de ser hospitalizados e alguns deles apresentam ainda sequelas neurológicas decorrentes dos testes com aquela substância que tinham sido validados pela Agência Nacional de Segurança do Medicamento (ANSM).