Fernando Leal da Costa falava na Comissão Parlamentar de Saúde, em resposta a uma questão levantada pela deputada socialista Luísa Salgueiro, que quis saber do resultado de alguns inquéritos abertos a situações nas urgências hospitalares e também a um atendimento do INEM a uma doente, que envolveu a mulher do presidente do instituto.

O caso ocorreu no início deste mês e envolveu a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) de Gaia, que acompanhava uma ambulância com a doente para o hospital de Santo António (Porto).

Segundo a queixa do Sindicato, quando a ambulância teve de parar numa passagem de nível fechada, a condutora da VMER (enfermeira e mulher do presidente do INEM) decidiu alterar a rota para que a equipa fosse rendida.

Ainda de acordo com o STAE, foi o próprio presidente do INEM que transportou a equipa que ia substituir a da sua mulher, tendo-a depois levado ao hospital de Gaia, onde iria entrar ao serviço.

Em reação à queixa, o presidente do INEM, Paulo Campos, afirmou que a decisão da troca de equipas de meios de emergência é da responsabilidade do médico no local, lamentando o envolvimento da sua família numa questão que envolve o socorro a uma doente.

A Inspeção-geral das Atividades em Saúde (IGAS) está a investigar este caso.

Segundo Fernando Leal da Costa, esta atuação “não prefigura de forma nenhuma uma circunstância de perturbação de atendimento”.

O secretário de Estado garantiu que “não houve atraso no atendimento”, tendo no caso concreto sido dada “uma resposta preferencial para a doente”, que preferia ser atendida no Hospital de Santo António, no Porto, e não no de Gaia, para onde esteve em vias de ser transferida.

“A doente foi para o hospital para onde queria ir”, disse Fernando Leal da Costa, afirmando que “se há coisa que funciona bem em Portugal é o INEM”.