19 de março de 2014 - 16h35
O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social anunciou hoje um investimento de três milhões de euros em projetos-pilotos de cuidados de apoio aos bebés prematuros e aos seus pais, em Lisboa, Porto e Coimbra.
Os projetos da Associação Portuguesa de Apoio ao Bebé Prematuro XXS serão chamados “Sobreviver”, terão a duração de três anos, e foram anunciados hoje por Mota Soares, no lançamento do programa Cuidados de Apoio a Recém-nascidos Em risco (C.A.R.E), ao qual se juntam, e que visa exatamente a prestação de cuidados especializados a recém-nascidos em risco e o apoio dos seus pais.
Para Mota Soares, o projeto da associação XXS é “inovador e singular” e servirá para “disseminar boas práticas”.
Do projeto fazem parte ações de sensibilização para a prevenção e divulgação da prematuridade e ações de formação em meio institucional e familiar para os pais das crianças prematuras que “precisam de cuidados especiais, de equipamentos específicos e de atenções redobradas”.
“Queremos, para estes casos, desenvolver três projetos-piloto que pressupõem a aquisição e rendibilização dalgum desse equipamento e pessoal qualificado”, adiantou o ministro.
Estes projetos assentam num “modelo estruturado, aproveitando o conhecimento de neonatologia e têm permitido influenciar significativamente as taxas de sobrevivência no grupo das crianças prematuras ou criticamente doentes”, prosseguiu Mota Soares.
“Além desta capacitação das equipas que no futuro darão acompanhamento e formação às famílias ainda humanizaremos os espaços tornando-os mais acolhedores para os futuros ou atuais pais”, adiantou, avançando que também será criada uma “rede informal de informação parental”.

O custo de formação da “primeira fornada” será de cerca de 100 mil euros, por entidade formadora, e o projeto, na sua totalidade, representa um investimento de três milhões de euros.
“Queremos que este projeto possa, no futuro, ser estendido a todos os recém-nascidos”, alargando-o a outras instituições particulares de solidariedade social, nomeadamente o Banco do Bebé e a Crescer.
A presidente da XXS, Sidónia Santos, ficou satisfeita e surpresa com o anúncio do ministro da implementação do projeto em três locais – Coimbra, além dos esperados Lisboa e Porto.
“O Sr. Ministro falou em três locais, nós tínhamos na iminência de fazer um [projeto-piloto] na zona da grande Lisboa e outro no Porto. Se calhar, sabe mais alguma coisa que nós não sabemos e o projeto conseguirá alargar-se para Coimbra”, disse Sidónia Santos.
A presidente da XXS contou que a associação tinha concorrido inicialmente ao Programa Operacional Potencial Humano (POPH), que financia o projeto, com a aplicação aos três locais, “mas houve limitações de normas europeias”.
“Por isso, as coisas estão ligeiramente mais condicionadas, mas se calhar não estão”, comentou, considerando que será “excelente” o desenvolvimento do projeto também em Coimbra.
Presente na cerimónia, o secretário de Estado Adjunto da Saúde, Leal da Costa, salientou a importância do C.A.R.E, porque, através deste programa, será possível fazer alguns investimentos em equipamento em 18 unidades de neonatologia.
Leal da Costa observou que está a haver um aumento do número de prematuros, afirmando que é “uma situação que era expectável, em função de condições de caráter social”.
“Mantemos níveis em torno dos 8 a 10% de prematuros/ano, o que é um número muito significativo”, frisou.
Mota Soares acrescentou que “a prematuridade é responsável por cerca de 73% da mortalidade neonatal”.
Lusa