"Nas palavras do ministro, o processo vai ser retomado, o projeto de execução vai ser retomado para que possa ser lançado o concurso e posteriormente começada a sua construção", afirmou Joaquim Santos aos jornalistas.

Segundo o autarca, foi manifestada a "intenção de, respeitando a decisão da Assembleia da República, incluir no Orçamento do Estado de 2016 o projeto de execução do hospital do Seixal".

“Aquilo que foi interrompido pelo anterior ministro em 2011 vai ser retomado, o que são excelentes notícias para as nossas populações”, acrescentou.

Estimando que o hospital estará construído em 2019/2010, Joaquim Santos referiu que irá custar cerca de 60 milhões de euros e que será pequeno, uma vez que terá “72 camas apenas”.

Para mostrar que a fatura da obra não vai recair sobre o erário público, o autarca frisou que a população do Seixal paga ao Estado, “só em IRS” (Imposto sobre o Rendimento Singular), 120 milhões de euros por ano.

“Talvez seis meses de IRS da população do Seixal seja suficiente para custear o hospital”, afirmou.

Contudo, esclareceu que a verba para a edificação não vai estar prevista no Orçamento do Estado de 2016, onde constará apenas o montante necessário para se avançar com os projetos para a obra.

O presidente da Câmara do Seixal referiu ainda que faltam na península de Setúbal 1.300 camas hospitalares relativamente à média nacional e cerca de 715 médicos também relativamente à média nacional.

Acompanhado na reunião pelos presidentes das câmaras de Sesimbra e de Almada, o autarca revelou ainda que os três municípios se comprometeram a trabalhar numa solução para ajudar a aliviar a “sobrecarga” que tem o hospital Garcia de Orta, em Almada.

“Ficou estabelecida a criação de um grupo de trabalho para, num curto prazo, podermos estudar soluções complementares que pudessem ajudar a aliviar este problema”, disse Joaquim Santos, acrescentando que o Garcia de Orta foi dimensionado para 150 mil pessoas e serve mais de 450 mil.

No dia 18, o parlamento aprovou, com a abstenção do PSD e do CDS-PP e os pareceres favoráveis das restantes bancadas e do deputado do PAN, dois projetos de resolução - do BE e do PCP - recomendando a construção urgente de um hospital no Seixal.

A unidade está projetada para ser um equipamento de proximidade, vocacionada para os cuidados em ambulatório, com serviço de urgência a funcionar 24 horas, 72 camas, 23 especialidades e unidades de apoio domiciliário e de medicina física e de reabilitação.

O ministro da Saúde recebeu também hoje a presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, que pediu a reabertura da medicina interna no hospital da cidade.

“O ministro foi muito sensível aos argumentos que apresentámos não só na reabertura da medicina interna, como de classificação da urgência. Neste momento Tomar tem urgência básica e o que reivindicamos é uma urgência médico-cirúrgica, visto servir concelhos mais populosos do Médio Tejo”, disse a autarca.

Em declarações à Lusa, Anabela Freitas declarou que o ministro foi também “muito sensível à questão das redes de referenciação”, explicando que a “unidade de Tomar está a referenciar para Lisboa, mas está mais próximo de Coimbra do que de Lisboa”.

“Saio daqui com muita esperança, até porque já tinha falado com o anterior Governo e a motivação é completamente diferente”, concluiu.

Além do concelho de Tomar, o hospital serve os concelhos de Ferreira do Zêzere e Ourém.