As especialidades de Ortopedia e Anestesiologia são das que registam mais falta de especialistas para dar resposta às necessidades da região e voltam a constar das vagas abertas num concurso divulgado esta quarta-feira (11/01) pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte.

O Governo autorizou o preenchimento de um total de 11 lugares, que se juntam a perto de 80 ofertas nos últimos anos que ficaram maioritariamente sem candidatos nos últimos anos, de acordo com dados oficiais regionais.

A Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste é a entidade responsável por todos os cuidados de saúde, primários e hospitalares, no distrito de Bragança, com cerca de 138 mil residentes dispersos por um território extenso, que obriga a deslocações dos utentes e profissionais.

A falta de médicos especialistas na região obriga ainda a que os utentes se desloquem aos hospitais de referência de Vila Real ou do Porto, nomeadamente em áreas como a Cardiologia ou Oncologia. O concurso agora aberto tem uma vaga para Anestesiologia, Ortopedia, Ginecologia/Obstetrícia, Medicina Interna, Ortopedia, Patologia Clínica e Saúde Pública. Contempla também o preenchimento de dois lugares em Psiquiatria e outros dois em Pediatria Médica.

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A ULS do Nordeste tem perto de 300 médicos e quase 600 enfermeiros e garante que 99% dos utentes do distrito de Bragança tenham médico de família. Ainda assim, segundo informações divulgadas nos últimos anos pelas administrações, os médicos de família começam já a constar na lista de necessidades, devido à idade avançada e proximidade da reforma daqueles que estão ao serviço.

Aquela que é considerada a “doença crónica” da região é a falta de médicos especialistas, que obriga utentes e profissionais a longas deslocações devido à extensão do território do Nordeste Transmontano.

O presidente da ULS do Nordeste, Carlos Vaz, mostrou-se recentemente convicto de que os novos incentivos aprovados pelo Governo para os médicos “podem ajudar” a atenuar o problema.

O Governo propõe dar incentivos aos médicos que aceitem fixar-se em zonas carenciadas, entre os quais 40% da sua remuneração, mais dias de férias e maior facilidade de colocação profissional do cônjuge na mesma região. “Há muito médicos naturais da nossa região que já gostavam de voltar de qualquer maneira. Com um incentivo desses, seguramente que virão e aguardemos que sim”, disse à Lusa.