3 de dezembro de 2013 - 15h50

O Fundo Global de luta contra a SIDA, Tuberculose e Malária vai receber quase 700 milhões de dólares em doações do setor privado, mais de 10 milhões dos quais destinados a Moçambique, anunciou hoje a instituição.

Em comunicado, o Fundo Global diz que as novas doações foram anunciadas durante um evento de angariação de fundos intitulado "Não há tempo a perder: partilhar a responsabilidade de salvar vidas" e organizado pelo fundo e pela (RED), instituição criada pelo cantor Bono e pelo ativista norte-americano Bobby Shriver para angariar fundos para a luta contra a SIDA. 

"O setor privado tem um papel importante no progresso do Fundo Global contra o VIH, a tuberculose e a malária", disse Bill Gates, copresidente da Fundação Bill e Melinda Gates e orador no evento de segunda-feira à noite em Washington. O fundador da Microsoft acrescentou que o setor privado não é apenas um financiador importante, mas contribui também com conhecimentos e instrumentos que ajudam a aumentar o impacto do Fundo Global. 

No evento, Gates anunciou que a sua fundação vai atribuir 500 milhões de dólares ao fundo para o período 2014-2016, incluindo 300 milhões já anteriormente anunciados e 200 milhões anunciados agora. 

A (RED) anunciou que vai contribuir com 40 milhões nos próximos dois anos. 

"Até ao final de 2015, a (RED) terá gerado mais de 250 milhões de dólares para o Fundo Global desde o setor privado", disse a presidente da instituição, Deborah Dugan. 

Também representada no encontro, a petrolífera norte-americana Chevron comprometeu-se a doar mais cinco milhões de dólares nos próximos dois anos para a prevenção da transmissão do VIH de mãe para filho na Nigéria. 

Este compromisso faz aumentar o investimento da Chevron no Fundo Global para 60 milhões de dólares em oito anos, o que faz da empresa a maior doadora empresarial privada à organização. 

A multinacional anglo-australiana BHP Billiton Sustainable Communities
contribui com 10 milhões de dólares para apoiar a luta contra a malária
em Moçambique nos próximos cinco anos, com o objetivo de alcançar a
prevenção universal da malária até 2014 e manter esses níveis todos os
anos. 

"Em Moçambique, a BHP Billiton Sustainable Communities
investiu recentemente mais de 13 milhões de dólares para apoiar a saúde
materna e infantil e a sustentabilidade através do apoio a pequenos
agricultores. Hoje, a BHP Billiton Sustainable Communities está
encantada por anunciar uma nova contribuição de 10 milhões de dólares
para o Fundo Global", disse Fred Hagemeyer, vice-presidente dos assuntos
externos e governamentais da empresa. 

O Fundo Global recebeu
ainda contribuições da brasileira Vale para combater a malária no
Malaui e em Moçambique, assim como do Ecobank Transnational Incorporated
e do Ecobank Foundation (Ecobank) (3 milhões), do Goodbye Malaria- In
support of the Roll Back Malaria Partnership (3 milhões) e das igrejas
metodista e luterana. 

O Fundo Global é uma instituição
internacional dedicada a atrair e distribuir recursos para prevenir e
tratar o VIH/SIDA, a tuberculose e a malária. 

Desde que foi
criado, em 2002, já apoiou mais de 1.000 programas em mais de 140
países, fornecendo tratamento para a SIDA junto de 5,3 milhões de
pessoas, tratamentos contra a tuberculose para 11 milhões e 340 milhões
de redes impregnadas de inseticida para a prevenção da malária. 

Lusa