"Os abaixo-assinados requerem ao Ministério da Saúde - numa perspetiva de redução de custos ao Estado, de proximidade de cuidados de saúde numa área tão sensível ao cidadão, e de alargamento de respostas a uma população abrangida e estimada em pelo menos 350 mil habitantes fixada num território de baixa densidade - a instalação de uma Unidade de Medicina Nuclear no Hospital do Fundão", lê-se no documento que já pode ser assinado na página da internet relativa às petições públicas.

Dirigida ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República ao primeiro-ministro, ao ministro da Saúde e aos deputados à Assembleia da República, a petição recorda a "importância estratégica" que a Unidade de Medicina Nuclear teria para a região.

Recordando que há um "elevado número de doentes que anualmente se deslocam para os centros urbanos de Coimbra e Lisboa em busca deste serviço", a petição também frisa que tal implica "um elevado custo para o Estado para os doentes", que poderia ser reduzido com a criação daquele serviço.

Entre os argumentos, sublinha-se ainda o facto de não existir na região do Interior Centro qualquer serviço de diagnóstico público ou privado e acentua-se que a criação desta unidade já mereceu parecer positivo das Unidades Locais de Saúde da Guarda, Castelo Branco e Portalegre e, naturalmente, do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), no qual está integrado o Hospital do Fundão.

O apoio dos 15 municípios que compõem a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela e o facto de a criação desta unidade já constar na Rede de Referenciação de Medicina Nuclear são outros dos argumentos apresentados.

Entre os considerandos é ainda recordado que o projeto assenta numa parceria entre o Município do Fundão, o CHCB e a Misericórdia do Fundão e que incorpora um investimento municipal para instalar a referida unidade.

Além disso, é igualmente apontada a questão das mais-valias para o ensino universitário, dado que o CHCB é a unidade hospitalar nuclear da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior.

O Fundão há vários anos que reivindica a instalação da Unidade de Medicina Nuclear, num processo que tarda em ter luz verde e que em novembro de 2014 levou mesmo o presidente da autarquia, Paulo Fernandes, a ameaçar entregar o cartão de militante do PSD, caso o silêncio sobre o andamento do dossiê se mantivesse.