30 de maio de 2014 - 19h01
A Fundação Champalimaud inaugurou hoje uma nova sala para cirurgia tumoral, que vem completar o centro de tratamento de cancros em ambulatório, mas aos quais os doentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não poderão ter acesso.
No final de uma reunião do Conselho de Curadores, a presidente, Leonor Beleza, mostrou-se satisfeita com a inauguração daquela sala de cirurgia, que dispõe de toda a capacidade de um bloco operatório e toda a tecnologia em termos cirúrgicos, com imagiologia, meios minimamente invasivos, segurança total e profissionais de elevada competência.
“Esta sala completa o projeto inicial do centro que é o de ser um centro de tratamento ambulatório de varias doenças, nomeadamente cancro. Permite fazer toda a cirurgia que pode ser feita em ambulatório”, explicou Leonor Beleza, sublinhando que atualmente mais de 90% dos episódios de cancro já são tratados em ambulatório.
A responsável salientou que a partir de agora, tudo o que pode ser feito em ambulatório, no âmbito do cancro – desde a radioterapia à cirurgia, passando pela quimioterapia - , já pode ser feito na Fundação Champalimaud, sem necessidade de recorrer a entidades externas.
Trata-se de um bloco operatório, que permite cirurgias pouco invasivas, com monitorização e possibilidade de transmissão das imagens em direto para a sala de conferências ou de formação, com a vertente de anestesia intensiva e navegação por imagem para guiar as cirurgias ou colocar próteses, explicou aos jornalistas o médio Nuno Figueiredo.
O mesmo responsável destacou ainda o facto de esta sala permitir reunir em simultâneo os especialistas das várias especialidades, para “introduzir a cirurgia multidisciplinar”.
No entanto, este projeto que custou quase três milhões de euros não estará ao alcance dos doentes do SNS, como não está nenhum dos tratamentos disponibilizados pela Fundação Champalimaud.

As mais de 300 pessoas que a fundação atende por dia, deslocam-se ali a título particular ou ao abrigo de acordos com companhias de seguros e subsistemas de saúde.
“Continuamos sem doentes do SNS. Os doentes dos subsistemas de saúde e dos seguros de saúde podem ter acesso por essa via. Não está do nosso lado alterar nada em relação a isso”, disse Leonor Beleza, remetendo para o Ministério da Saúde a possibilidade de apresentar uma proposta.
A responsável afirmou estar aberta a discutir o assunto - embora não pretenda tomar qualquer iniciativa nesse sentido - desde que “não seja posta em causa a capacidade do que existe”.
“Não está em causa prejudicar a segurança e tranquilidade dos tratamentos que fazemos aqui”, afirmou, sublinhando: “e não nos retira qualquer tranquilidade proceder assim”.
Por Lusa