27 de março de 2014 - 09h35
A Fundação Bial, a comemorar 20 anos de existência, vai promover um novo pacote de 60 bolsas, mas apenas na área da parapsicologia e psicofisiologia, excluindo projetos de patologia ou terapêutica, anunciou quarta-feira o seu presidente.
“A Fundação Bial deseja contribuir para a aprendizagem, compreensão e esclarecimento nas áreas da psicofisiologia e parapsicologia, apoiando aqueles que dão o melhor do seu esforço para que a investigação científica proporcione conhecimento e sabedoria que permitam ao ser humano viver melhor, na utilização de todas as suas potencialidades e respeito pelas leis universais”, afirmou Luís Portela.
Na abertura da 10.ª edição do Simpósio “Aquém e Além do Cérebro”, que decorre até sábado no Porto, sob o tema "A interação entre mente-matéria", Luís Portela realçou que, na atual conjuntura, o objetivo é manter a dinâmica dos últimos anos na investigação.
“Se queremos ser competitivos temos de apostar na inovação, abrir as portas das empresas aos jovens qualificados, procurando servir projetos de longa distância que proporcionem novos serviços à escala global”, declarou.
A Fundação Bial foi constituída em 1994 pelos Laboratórios Bial, em conjunto com o Conselho de Reitores das Universidade Portuguesas, com a missão de incentivar o estudo científico do ser humano, do ponto de vista físico e espiritual.
No mesmo ano, a instituição lançou o primeiro concurso de bolsas de investigação científica, abrangendo a parapsicologia e a psicofisiologia.
Em 20 anos, a instituição apoiou 461 projetos – que representam 31% do total dos solicitados – envolvendo mais de mil investigadores, de 27 países diferentes.
“Resultaram até agora dos projetos por nós apoiados 671 artigos em publicações indexadas, das quais 460 em psicofisiologia e 211 envolvendo a parapsicologia”, afirmou Luís Portela.
O dirigente salientou que, ao longo dos anos, a produção científica foi aumentando, havendo uma "interligação crescente" a nível dos projetos entre a psicofisiologia e a parapsicologia, sugerindo um cada vez maior interesse numa aproximação multidisciplinar.

Presente na sessão inaugural, o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, referiu-se à Fundação Bial como um “exemplo”, por investir no conhecimento.
“A instituição acrescentou valor à economia nacional e beneficiou a ciência”, frisou.
O governante salientou que as empresas deviam "apostar mais" na ciência, na investigação e nos jovens qualificados.
Até sábado, o 10.º Simpósio “Aquém e Além do Cérebro” vai discutir a criação de interfaces entre a atividade mental e computadores ou meios mecânicos, tais como robots.
Lançando a discussão em torno das “Interações Mente-Matéria” e da nova área de investigação das interfaces cérebro-máquinas, o simpósio tem implicações que vão muito para além da esfera científica, e que contemplam questões de ordem ética, clínica e social.
Lusa