17 de abril de 2013 - 14h36
A ministra da Agricultura garantiu hoje que não há razão para alarme, nem casos de Língua Azul sinalizados como críticos em Portugal, onde os animais estão a ser vacinados contra a doença há mais de dois anos.
Assunção Cristas falava aos jornalistas em Pedrogão, no concelho alentejano de Vidigueira, após ter sido questionada sobre focos de Língua Azul detetados em várias regiões de Espanha, junto à fronteira com Portugal, o que levou o Ministério da Agricultura espanhol a ordenar a vacinação de milhares de animais.
"Não há motivo para preocupação" e "não há casos sinalizados como críticos" em Portugal, onde a vacinação de animais contra a Língua Azul "já se faz há mais de dois anos" nas zonas onde há recomendação de vacinação, disse a ministra. "Aquilo que Espanha está a fazer agora, nós já vimos fazendo e, portanto, estamos numa situação bastante controlada e não há razão nenhuma para alarme nessa matéria", frisou Assunção Cristas.
Portugal já está a vacinar os animais contra a Língua Azul há mais de dois anos e, por isso, "não sentimos agora uma necessidade de fazer aquilo que já é trabalho que tem estado no terreno", acrescentou.
Segundo a ministra, Portugal está a acompanhar a situação em Espanha "com atenção" e têm havido "contacto" e "trocas de informação" com as autoridades espanholas.
A Língua Azul é uma doença de origem vírica que infecta todos os ruminantes, mas que apenas se manifesta de forma grave na espécie ovina e não afeta os seres humanos, nem apresenta qualquer impacto para a saúde pública e a segurança alimentar.
A ministra da Agricultura falava durante a inauguração do circuito hidráulico e do perímetro de rega de Pedrógão, integrados no projeto Alqueva, que implicaram um investimento de 74,3 milhões de euros e irão permitir regar cerca de 5.500 hectares e beneficiar 460 agricultores.
Em Espanha
O Ministério da Agricultura espanhol anunciou que foram detetados focos de língua azul do vírus serotipo 1 em várias regiões do país, incluindo o norte da Extremadura e a região de Cáceres, junto à fronteira portuguesa com o Alentejo e Beira Baixa.
A informação, veiculada no passado sábado através de comunicado, levou as autoridades espanholas a determinarem a rápida vacinação dos animais em risco de contraírem a doença. Só no norte de Cáceres foram distribuídas aos produtores, gratuitamente, cerca de 300 mil vacinas para inocular os ovinos e os bovinos com mais de três meses de idade.

SAPO Saúde com Lusa