A fitoterapia chinesa apresenta benefícios no alívio dos sintomas do VIH possibilitando, até, o seu retardamento, segundo o estudo realizado por uma equipa de investigadores do Instituto de SIDA da Universidade da Califórnia (EUA).

No decorrer do estudo, os investigadores encontraram um composto químico na raiz da planta Astragalus – uma das mais utilizadas na fitoterapia chinesa -, que demonstrou evitar e atrasar o encurtamento progressivo dos telómeros (cromossomas presentes nas células que, à medida que vão ficando mais curtos, menor é a capacidade do organismo lutar contra as doenças).

Geralmente, os telómeros são longos o suficiente para se dividirem muitas vezes sem problemas, mas tal não acontece com os pacientes deVIH: as células do organismo que combatem esta infeção estão continuamente a ser divididas – como forma de combate ao vírus - e geram, consequentemente, um encurtamento muito mais rápido dos telómeros e um envelhecimento extremamente veloz nos pacientes com o vírus.

“ A fitoterapia já tinha demonstrado melhorar a qualidade de vida dos pacientes de VIH, aliviando sintomas como a febre, tosse, astenia e diarreia. Este estudo traz uma nova esperança de tratamento, até porque se assume como uma possível alternativa para os que não toleram bem as caras e invasivas terapêuticas antiretrovirais. Esta estratégia pode ser útil, até mesmo, no tratamento de pessoas com imunodeficiências ou que possuem uma maior suscetibilidade a outras infeções virais associadas a doenças crónicas”, explica Wenqian Chen, médica especialista em Medicina Tradicional Chinesa e diretora técnica do Centro de Terapias Chinesas.

Segundo o último relatório do Instituto Ricardo Jorge, no final de 2011, existiam cerca de 41.035 pessoas infetadas com VIH, em Portugal. Ao longo do mesmo ano, foram registados 900 novos casos de infeção, sendo que a grande maioria correspondia a jovens entre os 20 e 39 anos, portadores assintomáticos.

19 de novembro de 2012

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