O estudo foi realizado com base em inquéritos a mais de 10 mil adolescentes (entre os 14 e os 17 anos) numa cidade em cada um dos seguintes países: Bélgica, Finlândia, Alemanha, Itália, Holanda e Portugal (Coimbra).

Segundo Joana Alves, investigadora da Escola Nacional de Saúde Pública, a investigação, que foi divulgada este mês na publicação científica Journal of Public Health, vem mostrar que a maior suscetibilidade de os filhos de fumadores virem a fumar é idêntica em todas as classes sociais.

“Sabemos que os pais que fumam predominam nas classes socioeconómicas mais baixas. Com a suscetibilidade dos filhos igual em todas as classes, vamos ter no futuro uma transmissão destas desigualdades”, afirmou em declarações à agência Lusa.

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Isto mesmo é sublinhado no artigo: “se os comportamentos de pais e filhos fumadores estão associados, as desigualdades socioeconómicas no ato de fumar vão reproduzir-se por gerações”.

De acordo com o artigo, que refere também dados de estudos anteriores, ter os dois pais (pai e mãe) fumadores mais do que duplica o risco de vir a fumar.

Separando sexo masculino e feminino, os investigadores concluíram que nos rapazes a suscetibilidade para fumar está tão associada com um pai fumador como com uma mãe que fuma. No caso das raparigas, o risco é ligeiramente maior quando a mãe é fumadora.

Dados da consultora IMS Health divulgados esta terça-feira, Dia Mundial sem Tabaco, mostram que os portugueses gastaram por dia uma média de nove mil euros em produtos para ajudar a deixar de fumar no ano passado.

Ainda assim, em 2015 deu-se um decréscimo nas vendas de cerca de 10% face a 2014.