"Não vou tirar o pé do acelerador", prometeu, frisando que em cinco anos, de 2010 a 2015, o concelho passou de cerca de 35.000 utentes sem médico de família, para cerca de 6.000, atualmente.

"Temos de manter o ritmo de pressão e de exigência, junto das entidades", insistiu. Inácio Ribeiro falava à Lusa após ter acompanhado a visita que o secretário de Estado adjunto da Saúde, Leal da Costa, realizou ao Centro de Saúde de Felgueiras.

O autarca recordou que, nos últimos anos, face às queixas dos munícipes que tinham de acampar à noite junto ao centro de saúde para conseguir uma consulta, nunca desistiu de usar "a porta ministerial", porque era, assinalou, "a porta certa" em que se devia bater para resolver, de forma séria e rápida, o problema".

O presidente social-democrata lembrou que, há cinco anos, quando tomou posse, Felgueiras era o segundo pior município do país na taxa de cobertura de médicos, mas desde então a melhoria foi "significativa".

À Lusa, lembrou que, apesar da "evolução louvável", ainda há cerca de 10% da população do concelho sem médico, o que é, reconheceu, o pior registo entre os concelhos do Agrupamento de Centros de Saúde de Vale do Sousa Norte (Lousada, Felgueiras e Paços de Ferreira).

Para Inácio Ribeiro, os indicadores atuais "não são suficientes", insistindo na necessidade de o concelho dever ter mais clínicos gerais. No discurso oficial, perante o secretário de Estado e o presidente da Administração Regional de Saúde do Norte, o autarca tinha recordado que Felgueiras, pelo contributo que o seu tecido industrial tem dado à riqueza nacional, deve ser correspondido pela tutela, com cuidados de saúde que correspondam às necessidades de "uma população tão trabalhadora".

Governo admite falta de profissionais

O secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde, Leal da Costa, admitiu que o número de médicos em Felgueiras ainda é insuficiente, mas assinalou que há quatro anos a situação era mais grave.

"Encontrámos, há quatro anos, uma situação particularmente grave neste município", exclamou, em declarações à Lusa, garantindo que o concelho chegou a ter quase 50% da população sem médico de família.

Fernando Leal da Costa falava à Lusa após uma visita que efetuou à Unidade de Saúde Familiar de Felgueiras e extensão da Longra, acompanhado pelo presidente da Administração Regional de Saúde do Norte, Álvaro Almeida.

Nos últimos anos, segundo o secretário de Estado da tutela, graças a um maior volume de formação, foi possível concentrar mais médicos especializados em medicina familiar na região norte e também do Vale do Sousa.

Apesar disso, reconheceu Leal da Costa, Felgueiras continua a ter o pior registo do território, bastante abaixo da média da região norte, que apresenta uma cobertura de 97%, mas ligeiramente acima da média nacional, de 88%.

"Não estamos ainda contentes, queremos mais, somos muito exigentes, mas estamos convictos de que, durante os próximos anos, se continuarmos com o mesmo número de formação de médicos, teremos condições para nos aproximarmos dos 99% de cobertura", disse o governante.

O secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde sublinhou que a densidade populacional de Felgueiras, o dinamismo e a juventude da sua população ativa, justificam que o Governo continue a trabalhar para melhorar todos os indicadores de saúde do concelho que, em geral, considerou "serem bons".

"Há que retribuir em termos nacionais o que o concelho tem feito pelo país", assinalou no discurso oficial.