O estudo da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, visou investigar o efeito da supressão do ácido gástrico sobre o progresso da doença hepática crónica. "Depois de termos anteriormente descoberto que o microbioma intestinal pode influenciar o risco da doença hepática, perguntámo-nos que efeito poderia ter a supressão do ácido gástrico no progresso da doença hepática crónica", refere o investigador Bernd Schnab numa nota da referida instituição de ensino.

Para o estudo, a equipa bloqueou a produção de ácido gástrico nos roedores com um fármaco para o refluxo gástrico. Para caracterizar o microbioma intestinal de cada tipo de roedor, com ou sem a produção de ácido gástrico bloqueada, foram recolhidas amostras de fezes.

Foi verificado que os ratinhos com supressão de ácido gástrico tinham desenvolvido alterações na microbioma intestinal com mais espécies das bactérias Enterococcus. Aquelas alterações promoviam o desenvolvimento de inflamação e danos no fígado e ainda o progresso dos três tipos de doença hepática.

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Por outro lado, os investigadores analisaram também a relação entre o consumo de fármacos para o refluxo gástrico e a doença hepática alcoólica em indivíduos que bebiam álcool em excesso.

Foram analisados 4.830 pacientes diagnosticados com abuso do álcool crónico: 1.024 pacientes consumiam ativamente aquele tipo de fármacos, 745 tinham-nos usado no passado e 3.061 nunca tinham tomado esse tipo de medicação.

A equipa observou que o consumo de fármacos naqueles pacientes para o refluxo gástrico fazia aumentar as concentrações de Enterococcus nas fezes. O estudo concluiu ainda que o risco a 10 anos de se desenvolver um diagnóstico de doença hepática alcoólica era nos utilizadores ativos dos fármacos de 20,7%, 16,1% nos utilizadores no passado e de 12,4% nos que nunca tinham usado os fármacos.