A Associação Nacional de Farmácias (ANF) assegura que o mercado de genéricos tem vindo a crescer sustentadamente, contrariando as afirmações do bastonário da Ordem dos Médicos, confirmadas pela associação de genéricos de que há uma estagnação no setor.

Em comunicado, a ANF afirma que o mercado de genéricos, em volume, atingiu os 5,4 milhões de embalagens dispensadas, em setembro de 2012, o que representa um crescimento homólogo de 13,6%.

A ANF destaca este aumento, comparando-o com o mercado de medicamentos que, no mesmo mês, apresenta uma quebra de 2,6%.

No início da semana, a Ordem dos Médicos (OM) afirmou que a possibilidade de trocar um genérico por outro nas farmácias não aumentou a taxa de penetração destes medicamentos no mercado, como esperado, e permitiu às farmácias fazerem substituições pelos mais caros.

A OM, que se opõe a esta alteração, em vigor, desde 01 de junho, citou dados oficiais da autoridade do medicamento (Infarmed), que a percentagem de genéricos vendidos se mantém nos 25 por cento, desde que são praticadas as novas regras.

Paulo Lilaia, presidente da Associação Portuguesa de Genéricos (APOGEN), confirmou a estagnação na percentagem de venda daqueles fármacos, adiantando que essa realidade era previsível, já que não seria a possibilidade de trocar um genérico por outro na farmácia que iria aumentar a venda deste tipo de medicamentos.

Contudo, para a ANF, “o reflexo desse crescimento está patente na quota de genéricos no mercado de medicamentos (em volume) referente a setembro, que atingiu 26,3%”, uma subida de quase quatro pontos percentuais, face ao período homólogo.

Por outro lado, a quota de genéricos no mercado de Grupos Homogéneos (GH), em setembro, atingiu 60,4%, contra 56,3% no período homólogo, uma subida de 4,1 pontos percentuais no espaço de um ano.

A ANF lembra que, em contrapartida, o preço médio dos medicamentos genéricos, dispensados pelas farmácias, continua em tendência decrescente.

“O resultado deste decréscimo está evidenciado na contínua redução do mercado, em valor, de medicamentos genéricos que, em setembro de 2012, para um crescimento em embalagens de 13,6%, apresenta uma quebra de 28,1% em valor (-13,3 milhões de euros)", diz a ANF.

26 de outubro de 2012

@Lusa