Os resultados recentes, obtidos a partir da avaliação de dados recolhidos durante seis anos, revelam que a vacina protege as pessoas contra novas infeções, caso estas já tenham estado expostas à dengue, não acontecendo o mesmo com aquelas que nunca tiveram contacto com a doença, informou a Sanofi em comunicado.

Nos casos em que os indivíduos não foram previamente infetados pelo vírus da dengue, os resultados desta análise demonstram que, a longo prazo, a vacina pode originar casos mais graves da doença, indicou a Sanofi.

Esta descoberta, notou a empresa, evidencia a natureza complexa da doença.

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Segundo a farmacêutica francesa, as pessoas afetadas pela dengue mais de uma vez podem correr o risco de desenvolver uma versão hemorrágica da doença.

A dengue, que se assemelha a uma gripe, é transmitida por mosquitos e tem maior incidência em países com climas tropicais e subtropicais. Na maioria desses países a vacinação é recomendada para todas as pessoas com mais de nove anos.

A doença pode causar dor nas articulações, náuseas, vómitos e erupção cutânea e, em casos graves, originar problemas respiratórios, hemorragia e insuficiência orgânica.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de metade da população mundial está em risco de infeção com dengue e aproximadamente 96 milhões de pessoas são infetadas diariamente com a doença.

A Sanofi propõe que as autoridades atualizem as informações de prescrição da vacina, apelando igualmente para que os médicos avaliem a probabilidade de infeção prévia de dengue nos indivíduos, antes de decidir sobre a toma.

"Para indivíduos que não foram previamente infetados pelo vírus da dengue, a vacinação não deve ser recomendada", frisou a Sanofi.

Com base nos resultados divulgados, a farmacêutica espera uma perda de 100 milhões de euros.

Atualmente não existe tratamento específico para a dengue.