11 de junho de 2014 - 14h33
Uma experiência concluiu que a atividade de centenas de genes nos organismos de um grupo de voluntários ficou severamente alterada quando estes dormiram menos de seis horas por noite durante uma semana.
Num artigo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), os investigadores avançam que os resultados do estudo explicam como o sono em insuficiência prejudica a saúde.
Os investigadores nomeaim doenças cardíacas, diabetes, obesidade e mau funcionamento do cérebro como possíveis causa do pouco descanso. O processo pelo qual o défice de sono altera o estado de saúde não é, no entanto, descrito pelos cientistas.
A equipa da Universidade de Surrey, no Reiino Unido, recolhei amostras de sangue de 26 pessoas depois de estas terem dormido até dez horas por noite durante uma semana.
Na segunda fase dos testes, o mesmo grupo foi submetido a uma semana de sono insuficiente - menos de seis horas por noite. Logo depois, foram recolhidas novas mostras de sangue.
Ao comparar as amostras, os cientistas observaram que a atividade de 700 genes no organismo dos participantes alterou-se após a mudança no padrão de sono.
Cada gene contém instruções para a fabricação de uma proteína. Portanto, os que ficaram mais ativos produziram mais proteínas e isso alterou completamente a configuração química no corpo dos voluntários.
O relógio natural dos  organismos também ficou perturbado pela falta de sono. A atividade de alguns genes aumenta e diminui no decorrer do dia, mas esse efeito foi enfraquecido pelo défice de sono.
Colin Smith, da Universidade de Surrey, disse que "houve uma mudança dramática na atividade de muitos tipos diferentes de genes", descreve a BBC.
"Áreas como o sistema imunitário e a forma como o organismo reage aos danos e ao stress foram afetadas", acrescentou.
"Claramente, dormir é essencial para a reconstrução do corpo e a manutenção de um estado funcional. Caso contrário, vários tipos de danos parecem acontecer, o que pode resultar em doenças. Se não podemos reabastecer ou substituir as células, isso leva à formação de doenças degenerativas", alerta.
O especialista lamenta ainda que muitas pessoas podem conviver com défices de sono ainda maiores do que os estudados. 
Por SAPO Saúde