A denúncia foi feita pela bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, depois da apresentação do relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, na terça-feira em Lisboa.

A bastonária atribui a dificuldade em contratar enfermeiros de substituição a um despacho de maio do Governo.

Até agora, a Ordem dos Enfermeiros contabilizou 11 camas sem doentes, duas em Lisboa, no serviço do Hospital de São José onde nasceu o bebé da mãe em morte cerebral, e as restantes no serviço de Ortopedia do Hospital de Santo António, no Porto.

No entanto, Ana Rita Cavaco diz que também os hospitais da Guarda, Guimarães e Faro enfrentam problemas idênticos, escreve o jornal Público.

"Num país exportador de milhares enfermeiros, fechar camas no SNS por 'falta de enfermeiros' é o sinal de que o país está a bater no fundo (mas pode ainda cavar mais fundo)", comentou esta quarta-feira José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos na sua página do Facebook.

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Um porta-voz do Hospital de Santo António diz que as camas foram encerradas "devido à situação atípica de dez baixas médicas de enfermeiros" no serviço de Ortopedia, "sete motivadas por gravidez e duas por doença", cita a agência Lusa.

O procedimento para a contratação de substitutos que permitam reabrir as camas fechadas na passada sexta-feira deverá estar concluído "nos próximos dias", adianta.

Em causa, explica a bastonária, está um despacho do Ministério da Saúde com cerca de mês e meio que retira às administrações hospitalares autonomia para contratar enfermeiros de substituição em caso de baixas. A autorização de contratação está agora pendente de aval do Ministério da Saúde, informa o diário Público.

Ana Rita Cavaco denunciou ainda que os enfermeiros do Hospital de Santo António foram proibidos de gozar férias em julho devido à falta de profissionais, situação entretanto desmentida por fonte hospitalar.