O estudo feito com 600 pessoas vítimas de AVC mostra que 40,5% das que falavam mais de uma língua ficaram sem sequelas mentais, enquanto entre as que falavam apenas uma língua só 19,6% não apresentaram qualquer tipo de consequência.

Os investigadores acreditam que o estudo, financiado pelo Conselho Indiano de Investigação Médica, sugere que o desafio mental de falar vários idiomas pode aumentar a reserva cognitiva – habilidade que o cérebro tem para lidar com influências prejudiciais como a demência.

O estudo – divulgado na publicação científica American Heart Association - também tem em consideração a idade dos pacientes, os hábitos tabágicos, pressão arterial e histórico de diabetes.

É a primeira vez que se faz um estudo estabelecendo uma relação entre o número de línguas que um paciente fala e as consequências de um AVC para as funções cognitivas, escreve a BBC.

Aprender outras línguas é algo que exige uma "ginástica" do cérebro, e vários estudos científicos já mostraram que falar muitos idiomas pode melhorar a atenção e a memória.

"O bilinguismo faz com que as pessoas mudem de uma língua para outra", comenta Thomas Bak, um dos autores do estudo na Universidade de Edimburgo. "Essa troca oferece um treinamento cerebral praticamente constante , o que pode ser um fator relevante para ajudar na recuperação de um paciente que teve um AVC", finalizou.