Segundo Kenneth Cole, se quisermos que a epidemia da sida deixe de ser um problema de saúde pública até 2030 (a meta estabelecida pela UNAids), "devemos entender as etapas pelas quais temos de passar e distribuir recursos científicos e financeiros em função das suas prioridades".

No terreno, as pessoas envolvidas na prevenção, no acesso aos tratamentos e na busca de remédios, ou vacinas, "não falam entre si o suficiente", avaliou Cole.

Chamada "End AIDS ("Acabar com a Sida", em tradução livre), a coligação reúne cerca de 30 organizações, incluindo a UNAids e o Fórum Mundial para a Luta contra o VIH/Sida, Tuberculose e Malária (GFATM).

A nível mundial, as ajudas oficiais para a luta contra a sida diminuíram no ano passado, atingindo o nível mais baixo desde 2010: 6 mil milhões contra 6,4 mil milhões de euros em 2015 - segundo a Kaiser Family Foundation.

Nos Estados Unidos, historicamente o país que mais contribui para esta causa, o presidente Donald Trump propôs cortar o financiamento de vários programas de saúde.

"Estamos num momento de inflexão na luta contra a sida", alertou Cole, apontando avanços, mas também preocupações, como a resistência aos tratamentos.

"Se não agirmos agora e juntos, pode ser que, depois, não seja possível controlar essa epidemia. O custo - tanto financeiro quanto em vidas humanas - seria catastrófico", acrescentou.