É a primeira vez que um africano vai dirigir a OMS, uma das agências mais poderosas das Nações Unidas. "É um dia histórico para a Etiópia e para África", comemorou o embaixador etíope na ONU, Negash Kibret. O novo chefe da OMS assumirá o cargo a 1 de julho, substituindo a chinesa Margaret Chan, que dirigiu a instituição durante 10 anos.

O ex-ministro da Saúde etíope e investigador sobre a malária, de 52 anos, liderou o primeiro e segundo turno de votações, mas sem obter a maioria de dois terços dos votos necessários. O seu adversário David Nabarro, de 67 anos, foi o enviado especial da ONU na luta contra o Ébola. A cardiologista e ex-ministra da Saúde paquistanesa Sania Nishtar foi eliminada no primeiro turno de votações.

OMS transparente

Esta é a primeira vez que três candidatos competem para se tornar diretor-geral da OMS, uma instituição criticada pela sua falta de transparência. Anteriormente, era dado apenas o nome de um único candidato, proposto pelo Conselho Executivo da OMS, que era depois submetido a votação da Assembleia Mundial da Saúde.

Tedros vai dirigir uma agência particularmente criticada pela sua falta de discernimento sobre a gravidade da epidemia de ébola no oeste africano entre o final de 2013 e 2016, que deixou mais de 11.300 mortos. Por outro lado, a OMS é também criticada pelos gastos exorbitantes em viagens e hóteis de luxo.

A chinesa Margaret Chan reconheceu na segunda-feira num discurso na Assembleia Mundial da Saúde, que a epidemia de Ébola "apanhou toda a gente, incluindo a OMS, de surpresa".

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