O tabagismo pode ser mais uma questão de hábito do que de dependência química, segundo especialistas da Universidade de Telavive, em Israel. Num artigo publicado este mês no Journal of Abnormal Psychology, os investigadores destacam que os resultados de um estudo com comissários de bordo indicam por que, para muitos fumadores, o uso de adesivos ou pastilhas de nicotina não é eficaz para largar o cigarro, mas programas de cessação do tabagismo com terapia psicológica podem ser bem sucedidos para esses fumadores.

Monitorizando os níveis de fissura - ou vontade urgente de fumar - de comissários de bordo durante voos com duração de 10 a 13 horas e em voos de três a cinco horas, os cientistas descobriram que o tempo dentro do avião não tinha impacto significativo na «necessidade» de fumar. Na realidade, segundo os autores, os níveis de fissura eram até maiores após voos mais curtos, comparados àqueles das viagens com maior duração.

Baseados nos resultados, os investigadores concluíram que a intensidade da fissura por cigarros está mais relacionada a elementos psicossociais do que com efeitos fisiológicos da nicotina. «Esses resultados podem não ser populares na defesa da teoria da dependência da nicotina, porque minam o papel fisiológico da nicotina e enfatiza a importância da mente quando o assunto é tabagismo», explicou Reuvan Dar, líder do estudo.

Fonte: Diário Digital / Lusa

2010 -7 - 20