Os neurocientistas Christine Holt, Carol Mason, John Flanagan e Carla Shatz foram distinguidos com um milhão de euros, montante daquele que é considerado o maior prémio do mundo na área da visão.

Segundo uma nota de imprensa da Fundação Champalimaud, que promove o prémio, o trabalho dos quatro cientistas "tem trazido luz sobre a conexão entre os dois órgãos responsáveis pela visão - o olho e o cérebro" e tem "avançado significativamente a compreensão do sistema visual".

Para se poder ver, esclarece a nota, "locais específicos" do cérebro "têm de receber sinais de células específicas [células da retina] nos dois olhos". "Quando as projeções da retina não são formadas corretamente, a visão formada no cérebro torna-se anormal e a capacidade de ver é muito prejudicada", adianta.

A Fundação Champalimaud considera, neste contexto, que "terapias que atingem o cérebro e a sua capacidade para receber com precisão projeções da retina podem ser a chave para desbloquear novos tipos de tratamento e trazer a visão para aqueles incapazes de ver".

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Lançado em 2006, o Prémio António Champalimaud de Visão tem o apoio do programa "2020 – O direito à visão", da Organização Mundial de Saúde.

O galardão premeia, nos anos pares, a investigação científica na área da visão e, nos anos ímpares, o trabalho de instituições na prevenção e no tratamento de doenças oftalmológicas, sobretudo nos países em vias de desenvolvimento.

O júri do prémio, que é fixo, não contou, na edição deste ano, com a neurocientista norte-americana Carla Shatz, uma das candidatas distinguidas.

Fazem parte do júri internacional o ex-primeiro-ministro e ex-alto-comissário da ONU para os Refugiados António Guterres, o ex-presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, os oftalmologistas José Cunha-Vaz, Alfred Sommer, Gullapalli Rao e Paul Sieving, o escritor e economista Amartya Sen e os neurocientistas Joshua Sanes, Mark Bear e Susumu Tonegawa.