Testado em 393 voluntários em cinco países (Estados Unidos, Ruanda, Uganda, África do Sul e Tailândia), este protótipo provocou uma resposta imune (produção de anticorpos) em 100% dos participantes, de acordo com o estudo apresentado esta segunda-feira (24) na Conferência Internacional de Pesquisa sobre a SIDA, em Paris.

"Estes dados promissores, combinados com os avanços de outros investigadores da área, permitem que sejamos novamente otimistas sobre a possibilidade de desenvolver uma vacina contra o VIH", afirmou o Dr. Dan Barouch, membro da equipa de pesquisa, durante a conferência de imprensa.

De acordo com diversos especialistas, uma vacina seria a melhor maneira de acabar com a epidemia que infectou 76 milhões de pessoas e vitimou 35 milhões de pessoas desde o seu surgimento no início dos anos 1980.

Apesar dos meios disponíveis no que toca à prevenção, em 2016 foram registados 1,8 milhões novos casos de infecções, de acordo com a UNAIDS.

"Mas até a data, apenas quatro projetos de vacinas alcançaram a fase de teste da sua eficácia clínica", lembrou Dan Barouch, os restantes foram abandonados em fases iniciais por causa da sua falta de eficácia.

Esta vacina experimental, de "duplo gatilho", consiste primeiro em despertar o sistema imunológico com um vírus da gripe comum, antes de dopá-lo com uma proteína encontrada no envelope do VIH, provocando uma reação mais forte do corpo.

Numa fase anterior em macacos, cujos resultados foram publicados há dois anos, esta estratégia tinha ajudado a prevenir a infecção em dois terços dos primatas, lembrou Dan Barouch, virologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard.

"Claro, não sabemos ainda se esta vacina vai proteger os seres humanos. Mas estes dados justificam a realização de um estudo de eficácia em larga escala", disse.

Após uma nova avaliação, a fase seguinte dos testes em pacientes apresentando risco elevado de contaminação por VIH, poderia ter início "no final de 2017 ou início de 2018", em países do sul da África, indicou em comunicado o laboratório Janssen (grupo Johnson and Johnson), que desenvolve a vacina experimental.

Acertar a vacina "será muito difícil", mas um sucesso "mudaria o cenário", explicou à Agência France-Presse (AFP) Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), um órgão público americano.

"Mesmo se obtivermos uma eficácia de 50% a 60%, (...) já veríamos um impacto importante sobre a pandemia", acredita.

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