"Este curso para estudantes de licenciatura em Enfermagem e mestrado em Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica tem como objetivo conferir competências de ordem científica, social e técnica, para que estes profissionais e futuros profissionais possam reconhecer casos de mutilação genital feminina, possam trabalhar com estas doentes e com as suas famílias, para por um lado ajudar estas mulheres a viver com este drama, e por outro trabalhar no sentido da prevenção de futuros cortes genitais, às suas filhas ou familiares", explica Carolina Henriques, subdiretora da Escola Superior de Saúde do IPLeiria.

O programa europeu pretende promover a sensibilização, os conhecimentos e as competências dos futuros profissionais em contacto com as possíveis vítimas de mutilação genital feminina, e a formação que os estudantes da ESSLei frequentaram é comum a outras instituições de ensino superior europeu.

Veja aindaPaíses onde se pratica Mutilação Genital Feminina

Integram este projeto internacional entidades de Espanha, Itália, Bélgica e Portugal: a Universidade Rey Juan Carlos, promotora e responsável; o Observatorio para la Igualdad de Género; a Fundación Wassu-UAB (Universidade Autónoma de Barcelona); a Università Roma Tre; a Fondazione Angelo Celli per una cultura della salute; a Vrij Universiteit Brussel, e em Portugal, além da ESSLei/IPLeiria, o Centro de Estudos Internacionais-IUL.

O objetivo do programa é promover uma abordagem integral e multissetorial para prevenir e combater a mutilação genital feminina, através do treino, capacitação e desenvolvimento de competências junto de estudantes, docentes e profissionais nos países envolvidos.

A Mutilação Genital Feminina é definida pela Organização Mundial da Saúde pelo Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) e pela UNICEF, como todos os procedimentos que envolvam a remoção parcial ou total dos órgãos genitais externos da mulher, ou que provoquem lesões nos mesmos por razões não médicas, sendo considerada uma prática tradicional nefasta.

Estima-se que esta prática, assente numa profunda desigualdade de género, atinja entre 100 a 140 milhões de meninas, raparigas e mulheres, que são submetidas a um ou mais tipos de mutilação genital feminina.